quinta-feira, 29 de maio de 2008

Centro Cultural oferece oficina gratuita de cerâmica

O Centro Cultural José Octávio Guizzo, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), está com inscrições abertas para a oficina de cerâmica para iniciantes, direcionada a pessoas de todas as idades. As aulas começam no dia 11 de junho e terminam em dezembro, sempre nas quartas-feiras, das 13h30 às 16h30 e serão ministradas pela artista plástica, atriz e jornalista Adelaide Barbosa Martins. As aulas serão gratuitas.



"No processo de construção da argila (como é tratado o barro após seu uso com matéria a ser modelada) entramos em contato com quatro elementos formadores do universo: água, terra, fogo e ar. Marcar simbolicamente seu poder no universo circundante é de um encantamento inexprimível a quem cria. A argila pode ser um elemento condutor de prazer e equilíbrio em busca de uma expressão individual, que é passível de ser modificada a cada produto. A argila é um material muito sugestivo por sua aparência e textura. Quase todo mundo quer transformar um material tão sugestivo em um produto colorido e representativo de seu universo pessoal. Construir, borrar e manchar são atos irresistíveis ao "bicho homem" e sempre cada universo tem a cara de cada um", comentou a artista.



Segundo ela, uma temática - mesmo nas oficinas de livre criação - é fundamental para alimentar a criação individual e coletiva. Ela é o fio condutor no processo de criação e ajuda a acordar a imaginação e construir o inusitado. A cerâmica, como produto, pode ser complemento à renda do aluno ou seu meio de receber por criatividade. "Na busca de acordar todos os radares de si mesmo, não temer o erro, a identidade cultural e individual são passos a serem vivenciados nesta oficina de cerâmica", conta Adelaide.



Adelaide tornou-se atriz profissional pelo Rio de Janeiro em 1988 e depois enveredou pelas artes plásticas, por ofício e dedicação, tendo se bacharelado também em Comunicação Social – Jornalismo, em 2001, pela Universidade do Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp).



Em sua trajetória artística, trabalhou com dança, teatro, pintura, gravura e cerâmica, entre outras artes. Em 1991, foi para a Espanha em busca de conhecer os mestres da arte contemporânea. Fazia aulas de dança flamenca e argila em Sevilha. Voltou para Campo Grande em 1992 e começou a expor, dar aulas e a trabalhar como produtora.



Neste percurso, as peças cerâmicas passaram por diferentes fases e temas tais como: "Sereias e Corais", "Famílias e Namoros", "Eu queria ser Gaudí e não sabia". Na argila, pratos com "Mandalas" onde as flores são bordadas, amarradas uma a uma, solenes e poéticas. Com a série de esculturas cerâmicas "Bailarinas séries n.1 e n. 2", bailarinas numeradas que expôs na Arte Campo Grande em março de 2007 no Armazém Cultural e no Espaço de Arte Criação e Mostra, em Campo Grande/MS, revelam a juventude que insiste em cada saia que voa, nos cabelos que parecem querer fugir, sorrir, dançar e que parecem rodopiar com os cabelos voando felizes para sempre. Já a série cerâmica "Bendito é o Fruto de Vosso Ventre, Jesus" em "Retrospectiva: Adelaide Barbosa Martins" veio discutir por que a partir da Idade Média as imagens sagradas da Virgem Maria passaram a ser representadas apenas com Jesus nos braços e deixaram de ser representadas grávidas.



Além do teatro, que começou a praticar em 1980 no Rio de Janeiro e quando montou seu último trabalho em Campo Grande, com direção de Miguel Horta, em "O Corvo e as Flores do Mal", no Palácio da Cultura e no Centro Cultural José Octávio Guizzo, pôde mostrar seu trabalho de bailarina flamenca onde fazia uma demonstração do que trouxera da Espanha em 1992. Dançou com o grupo de dança Flamenca "Luna de Sevilha" vários anos no Rio de Janeiro e com o "Embrujos de Espanha", de 2005 a 2007 em Campo Grande.



Em 2007 retoma as raízes desenvolvendo projetos de arte, educação e produção cultural junto à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Em 2008, a artista participou de sua Exposição Coletiva no XIII Circuito Internacional de Arte Brasileira, representando o município de Campo Grande e o Estado de Mato Grosso do Sul - expondo na Polônia, Alemanha e Áustria.



As vagas são limitadas e a oficina é gratuita, tendo somente o custo com materiais e a queima das peças. As inscrições podem ser realizadas de terça a sexta-feira das 8h às 18h no Centro Cultural José Octávio Guizzo, localizado na rua 26 de agosto, 453 - centro da Capital. Mais informações pelo telefone (67) 3317 1792.

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