quarta-feira, 9 de abril de 2008

Scorsese capta energia dos Stones em documentário

- O veterano cineasta Martin Scorsese procura retratar em detalhes a
energia de uma das bandas de rock mais antigas do mundo no
documentário "Rolling Stones -- Shine a Light", que chega ao circuito
nacional na sexta-feira, após fazer a abertura do Festival de Berlim,
em fevereiro.

Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood estão todos
sessentões e mostrando suas rugas e cabelos brancos, com um
inesgotável apetite pelo palco e turnês mundiais, que nunca pararam de
fazer. A banda foi formada no começo dos anos 1960.

Embora mais conhecido por seus filmes de ficção, como "Os
Infiltrados", que lhe deu o Oscar de direção em 2006, Martin Scorsese
também assinou ao longo da carreira alguns elogiados documentários
musicais.

O primeiro deles foi em 1978, com "O Último Concerto de Rock", que
focava na última apresentação da The Band, que acompanhou Bob Dylan.

Exemplos mais recentes do gênero na carreira do cineasta foram o
episódio "Feel Like Going Home", da série "The Blues" (2003), lançada
em DVD no Brasil, e "No Direction Home: Bob Dylan" (2005).

Gravado no histórico Beacon Theatre, em Nova York, este novo filme
segue um show em que os Rolling Stones cantam para uma platéia onde se
encontram o ex-presidente Bill Clinton, sua mulher e atual postulante
a uma indicação presidencial pelo Partido Democrata, Hillary Clinton,
e vários de seus parentes.

O show, dentro da turnê "A Bigger Band" (que incluiu apresentação no
Brasil em 2006), foi aliás encomendado aos Stones para levantar fundos
para uma ONG à qual Bill Clinton é ligado.

Um dos momentos divertidos é quando o show atrasa porque não chegou
ainda ao teatro a sra. Dorothy, mãe de Hillary Clinton. Assim que ela
chega, é recebida com simpática ironia por Jagger: "Que bom que você
chegou, Dorothy".

O tamanho relativamente pequeno deste teatro nova-iorquino permitiu
condições especiais para a filmagem, como a colocação de dezesseis
câmeras em todos os cantos do local -- nas entradas para o palco, no
meio do público e num mezanino superior.

Isto permite que se tenha a sensação de estar dentro do palco
praticamente durante toda as duas horas de filme.

Vários diretores de fotografia renomados conduziram estas câmeras,
como foi o caso de Albert Maysles, diretor de outro famoso
documentário sobre os Stones, "Gimme Shelter" (1970).

No palco, observa-se a inegável e incontestada liderança de Mick
Jagger, que executa algumas das músicas mais conhecidas do repertório
da banda -- caso de "Jumping Jack Flash", "Brown Sugar", "Start me Up"
e "Shine a Light".

O guitarrista Keith Richards também exercita seus dotes de cantor em
duas canções, "You Got the Silver" e "Connection".

Os Stones também dividem o palco com artistas como a cantora latina
Christina Aguilera, o jovem roqueiro Jack White e o bluesman Buddy
Guy. Com este último, Jagger canta "Champagne and Reefer".

Além de todas estas músicas, o filme apresenta trechos de entrevistas
antigas dos roqueiros. Numa conversa em 1972, Dick Cavett pergunta a
Jagger se esperava estar ainda tocando aos 60 anos e ele responde:
"Sim, facilmente". Um comentário que, a esta altura, mostra-se
profético.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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