Reuters
- Expectativa é que grupo diga que valor, financiamento e termos são inferiores aos do acordo com a Netflix
- Paramount já afirmou que pode elevar oferta
A Warner Bros. Discovery planeja recomendar a seus acionistas, possivelmente já nesta quarta-feira (17), que rejeitem a oferta de US$ 108 bilhões feita pela Paramount. O grupo de Hollywood analisa com ceticismo as garantias de que o cofundador da Oracle, Larry Ellison, dará sustentação financeira ao negócio.
A WBD está perto de concluir sua resposta à oferta pública de aquisição da Paramount, depois que a empresa comandada por David Ellison foi diretamente aos acionistas na semana passada com uma proposta integralmente em dinheiro de US$ 30 por ação, após perder para a Netflix a disputa pelo estúdio e pela plataforma de streaming, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Espera-se que a WBD apresente quatro críticas centrais à oferta da Paramount em seu documento, argumentando que valor, financiamento e termos são inferiores aos do acordo fechado com a Netflix no início deste mês.
O envio do documento ainda depende da aprovação final do conselho de administração, disseram as fontes, e o cronograma pode sofrer atrasos. As ações da WBD eram negociadas perto de US$ 29 nesta terça-feira (16), sinalizando que investidores esperavam que a Paramount melhorasse a proposta.
WBD e Paramount se recusaram a comentar.
Investidores da Warner Bros. que conversaram com pessoas do alto escalão da companhia afirmaram que a empresa está confiante na proposta da Netflix, mas permanece aberta a uma nova oferta da Paramount que resolva as preocupações com financiamento e eleve o valor do lance.
A Paramount acusou o conselho da WBD de não responder adequadamente à sua última proposta, que também afirmou não ser "a melhor e final", indicando que os Ellison estariam dispostos a pagar mais pela companhia.
A proposta da Netflix avalia os ativos de streaming e de estúdio da WBD em cerca de US$ 83 bilhões. A oferta prevê US$ 23,25 em dinheiro e US$ 4,50 em ações. Ela não inclui os ativos remanescentes de televisão, entre eles a CNN, que a WBD vem avaliando entre US$ 3 e US$ 5 por ação.
David Ellison, presidente-executivo da Paramount e filho de Larry Ellison, também afirmou que a proposta da Netflix provavelmente enfrentaria maior escrutínio regulatório do que a abordagem da Paramount, o que aumentaria o risco de o negócio não ser concluído.
O conselho da WBD está inclinado a rejeitar esse argumento, sustentando que a oferta da Paramount é menos segura por ser lastreada no truste da família Ellison —avaliado em cerca de US$ 250 bilhões em ações da Oracle—, e não por uma garantia pessoal de Larry Ellison, a segunda pessoa mais rica dos EUA.
A Netflix ofereceu uma multa de rescisão de US$ 5,8 bilhões, valor elevado para operações de fusões e aquisições, sinal de que confia na obtenção de todas as aprovações regulatórias.
Também devem surgir questionamentos sobre eventuais objeções de reguladores ao volume de recursos provenientes de fundos soberanos do Qatar, da Arábia Saudita e de Abu Dhabi. Juntos, esses fundos prometeram US$ 24 bilhões para a operação, o dobro do montante aportado pelos Ellison.
Daniel Thomas , Oliver Barnes , James Fontanella-Khan e Christopher Grimes

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