Consórcio Guaicurus paga 50% dos salários atrasados, mas sindicato insiste: “não pagou, parou”.
Os motoristas de ônibus de Campo Grande mantem a greve geral confirmada para segunda-feira (15/12), apesar do pagamento parcial de 50% dos salários atrasados anunciado pelo Consórcio Guaicurus no fim da tarde desta sexta-feira (12/12).
A paralisação, aprovada por unanimidade em assembleias com mais de 200 trabalhadores na madrugada de quinta (11/12), protesta contra sete dias de atraso no salário, que deveria ter sido pago em 5 de dezembro.
Além de metade do salário atrasado, a categoria teme o atraso do pagamento da segunda parcela do 13º, que vence no dia 20 de dezembro, e do próprio vale do mês, também previsto para o dia 20, próximo sábado.
O presidente do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, reforçou que o repasse incompleto não altera a decisão da categoria. “Daqui pra frente não muda nada, não pagou, parou. Segunda não sai nenhum ônibus, greve. Trabalhador optou pela paralisação, avisamos, se pagar, tudo tranquilo, trabalha normal, se não pagar, para”, afirmou.
Em nota, o Consórcio Guaicurus explicou que os recursos disponíveis foram destinados prioritariamente à folha de pagamento, além de itens essenciais como combustível e manutenção da frota, mas não conseguiu quitar o valor total devido. A empresa alegou que todas as linhas de crédito estão comprometidas, limitando novos aportes, e trabalha para viabilizar a parcela restante o mais rápido possível.
Divergências entre as partes
Há versões conflitantes sobre a crise:
–Consórcio Guaicurus: Atribui o problema à inadimplência da Prefeitura, que estaria atrasando repasses.
-Prefeitura de Campo Grande: Afirma que os pagamentos estão em dia, com antecipação de 57% da subvenção de novembro, e não foi comunicada formalmente sobre a greve, alertando para sanções contratuais.
-Agereg (Agência Municipal de Regulação): Contestou a justificativa financeira do consórcio, classificou a greve como sem fundamento e sinalizou possível ilegalidade do movimento.
O impasse pode paralisar o transporte coletivo na Capital na segunda-feira, afetando milhares de usuários, enquanto as negociações prosseguem para evitar o colapso no sistema.
Veja a íntegra da nota enviada pelo Consórcio Guaicurus:
O Consórcio Guaicurus informa que hoje, 12 de dezembro de 2025, foi efetuado o pagamento de 50% (cinquenta por cento) do salário que estava em atraso. O Consórcio lamenta profundamente não ter conseguido quitar o valor integral devido neste momento.
Os valores recebidos e recursos disponíveis foram prioritariamente destinados à folha de pagamento da equipe, além do pagamento de outros itens necessários para a circulação dos ônibus, como combustível e itens para a manutenção dos veículos.
A administração esclarece que, infelizmente, as linhas de crédito disponíveis já estão tomadas, o que limita a capacidade imediata de obtenção de novos recursos para o adimplemento total da dívida.
O Consórcio Guaicurus reitera seu compromisso com seus colaboradores, bem como com a população de Campo Grande, e informa que está trabalhando de forma contínua e incansável para obter os recursos necessários e finalizar o pagamento da parcela restante o mais rápido possível

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