O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu na tarde desta terça-feira, 25, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, deflagrando a reforma no primeiro escalão do governo. No lugar de Nísia entrará o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Com as mudanças, que continuarão nos próximos dias, Lula tenta reorganizar o governo para frear a queda de popularidade e se preparar para as eleições de 2026.
Com o deslocamento de Padilha, que cuidava da articulação política do governo, Lula abre espaço para uma nova troca justamente na área que trata da relação do Palácio do Planalto com o Congresso e das emendas parlamentares.
O mais cotado para a cadeira ocupada por Padilha é o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que foi chamado para uma conversa com Lula agora à noite.
A demissão de Nísia já era esperada e ocorre após semanas de “fritura” no cargo. Sem novas marcas em seu terceiro mandato, Lula queria que ela acelerasse o programa Mais Acesso a Especialistas, que foi lançado em abril do ano passado, mas ainda não chegou em todas as regiões do País.
Agora, até mesmo o nome do programa, considerado burocrático e sem apelo popular, vai mudar.
Na manhã desta terça, Nísia participou da última cerimônia no Planalto, com a presença de Lula. Ela assinou portarias referentes à produção de vacinas contra dengue, influenza H5N8, vírus sincicial respiratório (VSR) e ampliação de insulina pelo Sistema Único de Saúde.
Fez um longo discurso, em tom de despedida, foi ovacionada pela plateia e agradeceu vários integrantes de sua equipe.
Lula se reuniu com Nísia uma hora depois da cerimônia e, pouco depois, ele chamou Padilha para uma conversa a portas fechadas.
Médico infectologista, Padilha já foi ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff, de 2011 a 2014, e é deputado federal licenciado.
Ele se comprometeu com Lula a não deixar o cargo no fim de março do ano que vem para disputar nova eleição à Câmara. Este é o prazo dado pela Justiça Eleitoral para que ocupantes de cargos públicos deixem seus postos.
No ano passado, o ministro chegou a ter duros embates com o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que o chamou de “incompetente”.
Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário