Foto: Pedro França
"A agricultura familiar também tem de ter recursos para recuperar áreas degradadas porque o solo é um bem finito, fundamental para os ecossistemas ambientais e agrícolas", disse Tereza Cristina
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, em caráter terminativo, projeto de lei que inclui a assistência material e abertura de linha de crédito para o agricultor familiar, destinadas à recuperação de solos e pastagens, na Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. O projeto, de autoria do senador Jáder Barbalho (MDB-PA), segue agora para a Câmara dos Deputados.
“Além de incentivar a recuperação de área de baixa produtividade ou improdutivas, essa política significa incentivar também, indiretamente, com uso de tecnologia e práticas sustentáveis, a preservação das áreas naturais, ainda inalteradas, nas pequenas propriedades da agricultura familiar”, avaliou a senadora Tereza Cristina (PP-MS), que é líder do Progressistas e integrante da CAE.
De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, de 2017, levantamento feito em mais de 5 milhões de propriedades rurais de todo o Brasil, 77% dos estabelecimentos agrícolas do país são classificados como de agricultura familiar. Em extensão de área, a agricultura familiar ocupava no período da pesquisa 80,9 milhões de hectares, o que representa 23% da área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
“A agricultura familiar também tem de ter recursos para recuperar áreas degradadas porque o solo é um bem finito, que é hoje uma preocupação global, e é fundamental para a saúde dos ecossistemas ambientais e agrícolas”, argumentou a senadora.
O Brasil estimar recuperar e converter e até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis em dez anos – o que dobraria a área de produção de alimentos, sem desmatamento. Os investimentos poderão ser feitos para melhorar o pasto e intensificar a produção pecuária, para o cultivo de grãos em lavouras temporárias ou em sistemas integrados, como ILPF (Integração Lavoura- Pecuária- Floresta), para o plantio de vegetação ou para a implantação de agroflorestas.
A degradação é causada sobretudo por uso intensivo e indiscriminado que leva a mudanças adversas, provocadas por diversos fatores, como declínio da estrutura do solo, compactação, redução da capacidade de infiltração, perda de matéria orgânica e redução da biomassa de carbono. A erosão e a desertificação são exemplos de solos destruídos.
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