segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Manipulação de remédios pode ser alternativa para minimizar a falta de medicamentos

 

Conselho Regional de Farmácia autorizou profissionais de saúde a recorrerem as medicações de laboratórios locais para suprir demanda

NATÁLIA OLLIVER


Mato Grosso do Sul sofre com o desabastecimento de alguns medicamentos desde o começo do ano de 2022. Para tentar minimizar o problema, o Conselho Regional de Farmácia do Estado (CRF/MS) emitiu uma nota onde autoriza os profissionais de saúde a recorram aos remédios manipulados em laboratórios locais, caso exista ausência dos fármacos, para diminuir os efeitos e atender à população. O conselho esmiuçou a recomendação no anúncio.


“Na falta da especialidade farmacêutica industrializada, e nesse caso, tornando a prescrição mais individualizada e específica ao quadro clínico do paciente, sempre considerando as características técnicas que envolvam o setor magistral”, declarou.


O CRF/MS ressaltou ainda que o Estado possui laboratórios de manipulação de medicamentos e farmacêuticos altamente capacitados, ou seja, que estão aptos a contribuir com o processo de tratamento dos pacientes. 


Além disso, o Conselho evidenciou que o órgão está atento ao problema e ativo na busca de soluções que minorem o problema do desabastecimento no setor de saúde, que não afeta somente o Estado, mas a todo o País.


“As lideranças do setor farmacêutico sul-mato-grossense estão atentas a esta pauta e orientam que todos possam unir esforços para amenizar os impactos dessa falta de medicamentos e demais insumos”, pontuou. 


 De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF) o desabastecimento é sentido em todos os níveis de atenção à saúde do Brasil. 


Para o Conselho, a dificuldade vivida pelos cidadãos e indústrias do âmbito foi ocasionada pela produção massiva de remédios utilizados para amenizar os sintomas da Covid-19, uma vez que o setor priorizou medicamentos específicos, o que acarretou falta dos demais. 


Outro fator apontado pelo CFF é a disseminação de epidemias e doenças virais, assim como a falta de matéria-prima em decorrência de guerra entre a Rússia e Ucrânia e do lockdown na China, que impactou tanto a fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses. 


Remédios em falta 

Conforme o CFF os medicamentos em falta nos municípios brasileiros contemplam desde itens essenciais a analgesia de paciente, quanto remédios que comprometem o desfecho dos tratamentos prescritos e podem aumentar a ocorrência de complicações e de mortalidade. 


Confira a lista de remédios em falta:


Antimicrobiano;

Anti-histamínicos;

Analgésicos;

Dipirona sódica;

Dipirona injetável;

Soro de reidratação;

Antimicrobianos e diuréticos.

Em Campo grande

O Correio do Estado acompanha a ausência e os reflexos da falta dos medicamentos na rede. Conforme a reportagem publicada no início deste mês, a respeito do cenário em Campo Grande, o desabastecimento não se restringe apenas aos analgésicos e antibióticos, mas também a insulina. Remédio essencial para tratamento da diabete. 


O problema ainda preocupa os diabéticos que adquirem o medicamento por meio de pedido judicial. 


O fornecimento das insulinas é feito de maneira compartilhada, a cada seis meses, entre Estado e município. Em Campo Grande, pacientes com diabetes podem adquirir os medicamentos por meio do Centro de Especialidades Médicas (CEM), administrado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), e pela Casa da Saúde, que é gerida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). 


Em resposta ao Correio do Estado, a SES informou que abriu licitação para compra de insulinas e que o prazo estipulado para análise dos documentos, que comprovam aptidão da empresa ganhadora, é de 60 dias.  


“O medicamento é de dispensação judicial. A licitação está em tramitação na fase de análise de documentos de habilitação e consultas das certidões da empresa apta a ser vencedora”, pontuou em nota. 


A secretaria ressaltou que cada caso é único e precisa ser analisado individualmente.


De acordo com a Sesau, a insulina regular não está em falta no estoque da rede municipal de Campo Grande. Entretanto, há faltas pontuais por razões diversas, como indisponibilidade do produto, estagnação no processo de compra e não cumprimento do prazo de entrega.


Com informação do Portal Correio do Estado

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