quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Corridas podem pesar ainda mais no bolso

 


Naiane Mesquita

primeirapagina


O aumento constante do preço da gasolina em Mato Grosso do Sul deve refletir no transporte individual feito por táxis e motoristas por aplicativos, como Uber.


Segundo o presidente dos motoristas de aplicativos de Mato Grosso do Sul, Paulo Pinheiro, a variação do preço recai principalmente no bolso dos trabalhadores. “Quem paga é o povo, quem usa o transporte. A nossa classe utiliza muito combustível, tanto etanol quanto gasolina e GNV. E as coisas não mudam, o governo federal fala uma coisa, o estadual outra e a refinaria também tem outra justificativa. No final não sabemos quem está falando a verdade”, explica.


Agora, com as tensões na Rússia e Ucrânia – que podem impactar o comércio exterior – o medo é de um novo aumento, que se aproxime de R$ 10 o litro de gasolina. “Neste caso, vai ficar inviável para os motoristas trabalharem. Provavelmente, eles terão que optar pelas corridas que mais compensam financeiramente”, ressalta.


Segundo Paulo, os motoentregadores também seriam atingidos e teriam que trabalhar mais para receber a mesma remuneração. “O aumento atinge nossos motoentregadores diretamente. Eles vão ter que trabalhar mais, o que aumenta o desgaste físico e psicológico, o cansaço, a visão piora e o que aumenta o risco de acidentes”, acredita.


Reajuste taxistas

Sem reajuste da tarifa desde 2014, os taxistas também pensam em pedir a reposição tarifária. “Está cada vez mais difícil, porque a margem de lucro tem diminuído mais e o trabalhador vem carregando nas costas todo esse aumento. O profissional da nossa categoria não tem uma mudança na tarifa desde agosto de 2014, até por conta de alguns fatores e para tentar manter o preço para a população”, afirma Fernando Yonaka, vice-presidente do sindicato dos taxistas do estado de MS.


Neste caso, a mudança na tarifa é discutida com a Prefeitura Municipal de Campo Grande. “Não temos apenas a gasolina como um gasto, mas há toda uma planilha de cálculo de insumos, tudo que compõe o nosso trabalho, como os gastos com pneus, óleo, a depreciação do veículo e o preço dele. Antigamente, um carro novo custava R$ 70 mil, hoje em dia você não paga menos de R$ 90 mil”, frisa Yonaka.


Alta dos preços

De acordo com o levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), a gasolina teve uma variação de mais de 4% em apenas três semanas, desde o início do ano em Mato Grosso do Sul. O preço máximo da semana do dia 2 a 8 de janeiro era de R$ 6,897, enquanto de 16 a 22 deste mês, o valor chegou a R$ 7,199.


Corumbá foi o município que mais apresentou alta nos preços dessa última semana, com o litro saindo por R$ 7,199. Já em Campo Grande, o maior preço registrado foi de R$ 6,839.


No dia 12 de janeiro, a Petrobras anunciou que  o preço de venda da gasolina e do diesel para as distribuidoras seria reajustado. Segundo a empresa,  o último aumento foi em 26 de outubro do ano passado.


Desde então, o preço cobrado pela Petrobras para a gasolina chegou a ser reduzido em R$ 0,10 litro, em 15 de dezembro. Já o preço do diesel ficou estável.

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