segunda-feira, 29 de novembro de 2021

País registra primeiro macrobiológico contra sete pragas do campo

 



Inseticida auxilia contra o ataque de pulgões e mosca-branca
Por:  -Eliza Maliszewski


Os pulgões são pragas comuns nas lavouras. Esses insetos se alimentam da seiva das plantas, injetando toxinas, o que prejudica o seu crescimento e ocasiona, por exemplo, amarelecimento e engruvinhamento das folhas. Os pulgões vivem em colônias, podem atingir várias plantações com o auxílio do vento e, sem algum tipo de controle, sua população pode aumentar até 10 vezes a cada semana e causar de 20 a 30% de perdas para os agricultores.



A mosca-branca também suga a seiva das plantas, provocando alterações em seu desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, debilitando-as e reduzindo a produtividade e qualidade dos frutos. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em casos de altas densidades populacionais podem ocorrer perdas de até 50% da produção.


A ação de inimigos naturais é um dos métodos de combater o problema. O Brasil registrou o primeiro macrobiológico que combate até sete pragas, incluindo os pulgões e a mosca-branca. O produto usa larvas do Crisopídeo (Chrysoperla externa), inseto considerado um importante predador natural em muitos sistemas de cultivo agrícola e hortícola, e que há vários anos vem sendo objeto de pesquisa em diferentes universidades.


O produto recebe o nome de Criso-Vit, de propriedade da empresa brasileira de biotecnologia Grupo Vittia, com sede em São Joaquim da Barra (SP). Atua no controle da mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B), do Pulgão-verde (Myzus persicae), Pulgão-verde-dos-cereais (Schizaphis graminum), Pulgão-das-solanáceas (Macrosiphum euphorbiaceae), Pulgão-da-roseira (Macrosiphum rosae); Pulgão-da-roseira (Rhodobium porosum) e Pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii).


"As larvas se alimentam dos ovos e das ninfas das pragas e com isso ganham força para continuar a sua reprodução no campo. Essa é a principal vantagem dos macrobiológicos predadores ou parasitoides: após a liberação dos insetos na área, eles continuam se multiplicando naturalmente", explica a Diretora da JB Biotecnologia, Bianca Vique Narde.


Disponível para o produtor em cartelas protegidas, deve ser aplicado na plantação respeitando-se uma distância de 20 m; ou pode ser introduzido na lavoura por meio de drone, o que garante uma aplicação com maior rendimento em toda a área. Tolerante a diferentes condições climáticas, é resistente a alguns inseticidas e pode ser utilizado com outras formas de manejo - seja um produto químico ou biológico. A aplicação pode ser feita para um controle curativo, quando já houver a infestação por pragas, ou conservativo, para prevenir a entrada das pragas na lavoura.

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