sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Durante pandemia, transporte coletivo de Campo Grande registrou queda de 47% dos usuários

 

                                            Valdenir Resende

Thais Libni

Em meio a pandemia, Campo Grande registra queda de 47% de usuários do transporte público. Segundo o diretor presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, atualmente apenas 53% das pessoas que utilizavam o meio de transporte público antes da pandemia continuaram.


Rezende explica que o desafio do consórcio é manter uma frota inteira, sem que esteja sendo utilizada por completo, "não podemos diminuir frota na mesma proporção que os clientes diminuíram, então estamos trabalhando com 70% da nossa capacidade".  


O presidente esclarece que a pandemia foi o agravante da situação, "as pessoas estão trabalhando em home-office, então não precisam pegar ônibus, as entregas por aplicativos delivery se intensificaram, outro motivo para as pessoas não saírem de casa", pontuou.  


Campo Grande não foi a única capital do país que apresentou esta queda, segundo uma pesquisa realizada pelo aplicativo de mobilidade Moovit, outras dez regiões metropolitanas do Brasil registraram queda de 36% dos passageiros.  


Os dados foram apurados com 13 mil usuários durante o mês de novembro do ano passado. Foi aplicado um questionário online e as respostas foram cruzadas com as informações das viagens registradas no aplicativo.


O relatório analisou as regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 


A capital baiana registrou o maior índice de passageiros que estão usando menos o transporte público por causa da pandemia.  


Esse comportamento foi relatado por 45,3% dos usuários. Já os locais onde mais pessoas pararam de usar totalmente o transporte público, foram Campinas (6,2%), Curitiba (5,7%) e Porto Alegre (5,4%).


Tempo de deslocamento

O levantamento traz ainda dados de deslocamento. O Rio de Janeiro apresentou a maior média de tempo gasto pelos passageiros em um trajeto único usando o transporte público, seja na ida ou na volta ao trabalho.  


São 67 minutos considerando os trechos de caminhada, a espera no ponto de embarque, as eventuais baldeações e a movimentação do veículo.  


A capital fluminense tem também o maior índice de pessoas que levam mais de duas horas em um único trajeto.  


Essa situação foi relatada por quase 11% dos entrevistados. O Rio de Janeiro responde ainda pela média mais alta de distância das viagens, com 12,41 km.


O maior tempo médio de espera pelo transporte público foi registrado por Recife (31 minutos), seguido por Salvador (28 minutos). Por sua vez, Curitiba responde pelo maior número de viagens com três ou mais baldeações. Isso ocorre em 34% dos percursos.  


Já Fortaleza é a cidade onde os passageiros precisam caminhar menos para obter um transporte público. Eles andam, em média, 415 metros até um ponto de embarque.


Quando questionado sobre o tempo de deslocamento, o Rezende disse que o momento está sendo um grande desafio, mas que uma equipe está trabalhando em como atender os usuários do serviço coletivo de forma eficaz.  


"Planejar o transporte em uma pandemia, é difícil, temos um grupo de pessoas que fica reprogramando tudo, todas as linhas, para que o tempo de espera seja o menor possível, para tenhamos um boa frequência e um preço que caiba no bolso do consumidor", informou.  


Transporte Alternativo  

Meios de transportes alternativos se tornaram uma opção da população, seja para evitar aglomerações devido o risco de contaminação pela covid-19, qualidade de vida, otimização de tempo, entre outros.  O comércio de bicicletas registrou uma grande procura da população.  


De acordo com o gerente de vendas da loja de bicicletas Ciclo Reis, Cleverson Duarte, houve um aumento significativo diferente de anos anteriores.  


Para Cleverson a pandemia foi um ponto crucial para as pessoas as buscarem alternativas de transporte que as fizessem se sentirem mais seguras.


 "Acredito que em primeiro lugar, está o medo de andar de ônibus durante a pandemia e em segundo as pessoas começaram a utilizar as bicicletas como forma de melhorar a saúde tendo em vista que academias estavam fechadas e depois com diversas restrições, e por ser um esporte que da pra fazer individual e coletivo, ajudou a alavancar as vendas", explicou o comerciante.  


Conforme explica o gerente, o aumento na procura aconteceu muito rápido, cerca de 80% a mais do que os outros anos na venda de bicicletas, peças e acessórios. No entanto ele revela que a procura inesperada, ocasionou uma escassez nos estoques.  


"Desde o mês de agosto do ano passado algumas empresas não estão mais atendendo devido à falta de matéria prima, o que deu força a venda programada para os meses futuros".  


Por fim o Cleverson pontua que com o sucesso de vendas de 2020, a estimativa para 2021 é vender mais do que o ano anterior, principalmente peças e mecânica. 


Com informação do Portal Correio do Estado

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