sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Avicultura investiu em sanidade e projeta 2021

 

                                                           Pixabay

Por:  -Eliza Maliszewski

A Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul reuniu suas entidades membros (Asgav e Sipargs) para avaliar o ano do setor e projetar 2021. A pior estiagem em 8 anos assolou o estado e impactou a produção de milho e soja. Os grãos também tiveram forte valorização, encarecendo o preço da ração. Além disso houve oscilações nos mercados interno e externo para carne, ovos e derivados. 



Depois veio a pandemia e gerou mudanças no planejamento e redirecionamento de investimentos, principalmente na adequação de frigoríficos para manter as atividades e assegurar a saúde dos trabalhadores. Segundo as entidades, somente no estado, os recursos investidos nesse item foram na casa de R$ 50 milhões em cinco meses. 


Mercado de carne


Superando as dificuldades o abate de frangos de corte da avicultura gaúcha, em 2020, deverá ficar na faixa 825,4 milhões de aves abatidas, registrando um tímido crescimento de 0,68% em relação a 2019.


As exportações de carne de aves deverão fechar 2020 na casa de 671 mil toneladas exportadas, 15% superior aos volumes exportados no ano passado. Em 2019 o setor registrou um volume exportado de 579 mil toneladas que gerou um faturamento aproximado de US$875 milhões. O maior exportador nacional é o Paraná, com 39%, seguido de Santa Catarina, com 30% e o Rio Grande do Sul em terceiro, com 14%.


Para 2020, com uma gradativa recuperação das perdas registradas no ano passado, o faturamento com exportações poderá ficar em torno de US$ 920 milhões um aumento estimado de 5 % nas receitas com exportações de carne de frango. O faturamento total do setor avícola gaúcho é estimado em R$ 16 bilhões/ano.


O consumo de carne de frango está estimado em 43 kg hab/ano, média brasileira.

Participação dos estados nas exportações nacionais avícolas de carne de frango em 2019.


Aves natalinas


A produção de aves natalinas, para atender mercado local, outros estados e exportação deverá ficar em aproximadamente 80 mil toneladas/ano (aves natalinas e perus). Somente perus, no ano são produzidos cerca de 3,6 milhões de cabeças o que gera um volume de aproximadamente 35 mil toneladas. O Rio Grande do Sul é o maior exportador de peru do Brasil. Os preços médios das aves natalinas na indústria neste ano devem ficar em média R$ 9,95 o Kg. A carne de peru deverá ficar em média R$ 17,00 o Kg. 


Estes preços registraram aumento médio de 16% em relação ao ano anterior com base no elevado custo de produção e as dificuldades que o setor está enfrentando neste ano. O faturamento previsto será de aproximadamente R$ 1,1 bilhão com a venda destas aves, em torno de 22% superior ao ano anterior.


Ovos


O Rio Grande do Sul é o 5º maior produtor de ovos do Brasil e o 1º maior exportador. O setor produz em torno de 3,5 bilhões de unidades de ovos por ano e deverá fechar 2020 com uma exportação em torno de 2,600 mil toneladas de ovos. O consumo per capita no RS está em torno de 257 ovos por habitante/ano, conforme apuração em dezembro de 2018. O RS conta também com duas indústrias de ovos processados (pasteurizados, líquidos e pó). Em primeiro está São Paulo, com 32,9% do total.


Perspectivas para 2021


O setor avícola do RS continua em plena expansão no estado, novos empreendimentos surgiram e outros estão por vir. A avicultura gaúcha vem há décadas empreendendo e investindo no Estado, no entanto, a fragilidade na produção de milho que registra déficit anual na casa de 1,5 a 2 milhões de toneladas ano, retarda o desenvolvimento mais dinâmico do setor.


O distúrbio na cotação de milho e soja, que é consequência de diversos fatores negativos detectados em 2020, como 2 estiagens, pandemia e retração na oferta de grãos, devem mudar o comportamento do setor em relação a plataforma de produção no que se refere a custos e equilíbrio comercial. As compras futuras deverão se intensificar, a pressão por

mecanismos de flexibilização de importação de grãos também será pauta permanente dos setores de proteína animal.


As culturas alternativas de inverno como por exemplo o trigo, triticale e sorgo para ração animal, deverão receber atenção especial e serão objeto de discussão para viabilização de projetos na área. Um projeto de retomada de ações de implantação de vias ferroviárias da região centro oeste para o sul do país foi desenvolvido e deverá ser apresentado aos Governos federal e estadual para viabilizar melhor logística de

abastecimento de grãos para região sul do Brasil.


A avicultura do RS é a 3a maior produtora de carne de frango, 3a maior exportadora de carne de frango, está entre as dez maiores produtoras de ovos do Brasil e a 1ª maior exportadora de ovos do país.


O setor tem peso considerável na balança comercial do estado e do país, a carne de frango está em segundo lugar na pauta geral de exportações do RS. No que se refere a sanidade, os investimentos e adoção de medidas de biosseguridade, precisam ter atenção permanente para garantia de manutenção do status sanitário do setor avícola gaúcho e brasileiro.


Por fim, as estruturas de comissões e staff da organização avícola do RS e suas respectivas entidades, continuarão trabalhando intensamente nos temas atinentes a cada área do setor e seguindo plano de atividades interagindo com as câmaras equivalentes na ABPA com objetivo único de dar suporte, andamento nos pleitos, projetos e busca de

soluções para as dificuldades e desafios que recaem sob o setor produtivo.


*com informações da Asgav


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