segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Tireoide produz hormônios importantes para vários órgãos do corpo; conheça

                                         Foto: Divulgação
Naiane Mesquita



Basta um aumento significativo no peso para que as suspeitas recaiam sobre o funcionamento da tireoide, glândula responsável por muita coisa no organismo, mas normalmente relacionada apenas ao controle da balança.

“A tireoide é uma glândula situada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de adão, famoso ‘gogó’, sendo responsável pela produção dos hormônios T3 [triiodotironina] e T4 [tetraiodotironina], que são regulados pelo TSH [hormônio produzido pela hipófise]”, explica a médica endocrinologista Renata Antonialli.

Os hormônios produzidos pela glândula são sim fundamentais para regular os processos metabólicos do organismo, mas também importantes para o bom funcionamento de órgãos essenciais do corpo, como o coração, cérebro, fígado e rins.

O aumento de peso associado à glândula costuma ocorrer quando há hipotireoidismo, ou seja, uma deficiência na produção dos hormônios tireoidianos.

“O hipotireoidismo ocorre quando há uma deficiência na produção ou na ação dos hormônios tireoidianos, acarretando na lentificação generalizada dos processos metabólicos”, afirma Renata.

Neste caso, a principal causa costuma ser uma doença autoimune denominada de Tireoidite de Hashimoto.

“Nessa situação, o nosso organismo confunde a tireoide como um corpo estranho e passa a atacá-la por meio de autoanticorpos, que provocam uma inflamação na glândula, a Tireoidite. Outras causas de hipotireoidismo são medicamentosas, cirúrgicas, radioterapia externa, congênita, entre outros”, frisa.

Entre os principais sintomas do hipotireoidismo estão a sonolência, a fadiga e o ganho de peso inexplicado.

“O hipotireoidismo pode acarretar ainda dores e fraqueza muscular, queda excessiva dos cabelos, unhas fracas, pele seca e descamativa, voz arrastada, alteração de memória, intolerância ao frio, depressão, constipação intestinal, irregularidade menstrual, inchaço na face e pernas, anemia e alteração de colesterol”, aponta.


Além do hipotireoidismo

Apesar de mais conhecido, o hipotireoidismo não é a única doença que pode atingir a tireoide.

“Basicamente, podemos dividir as doenças tireoidianas em hipotireoidismo, hipertireoidismo, nódulos de tireoide e câncer de tireoide”, indica Renata.

“Já no hipertireoidismo ocorre quando há uma produção excessiva de hormônios tireoidianos pela glândula ou por um ou mais nódulos. Também pode ocorrer transitoriamente um aumento dos níveis hormonais após uma liberação aguda dos estoques dos hormônios tireoidianos pré-formados, após a tireoide sofrer algum tipo de agressão”, pontua.

Neste caso, os sintomas são outros, como taquicardia, palpitações, tremores, perda de peso, pele quente e úmida, além de insônia, irritabilidade, sudorese excessiva, intolerância ao calor, irregularidade menstrual, fraqueza muscular, falta de ar, alterações oculares, diarreia ou hiperdefecação e osteoporose.


Nódulos aparecem em 60% da população

Os nódulos na tireoide são considerados comuns, visto que 60% da população pode apresentar a condição ao menos uma vez na vida. “Às vezes, temos a percepção de que o número de pessoas com nódulos na tireoide tem aumentado.

No entanto, além de ser uma doença extremamente comum – estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida”, aponta a endocrinologista.

A boa notícia é que os exames para detectar os nódulos estão cada vez mais precisos. “Além de serem solicitados com uma maior frequência”, indica.

Outro ponto importante é que nem todos os nódulos encontrados em exames de ultrassonografia, por exemplo, são malignos.

“Apesar do alto número de pessoas com nódulos na tireoide, isso não significa que sejam malignos. Apenas 5% podem ser câncer”, frisa.

Com tudo isso em jogo, a melhor prevenção para manter a glândula saudável é, na verdade, o mesmo de sempre: alimentação balanceada e controle do estresse.

“Embora certos alimentos, quando ingeridos em excesso e por longos períodos, possam interferir no metabolismo da tireoide, sua proibição não é usual para quem tem algum problema na glândula. No geral, manter uma alimentação balanceada em todos os nutrientes e saudável ajuda a manter o bom funcionamento da sua tireoide”, acredita Renata.

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