quinta-feira, 30 de abril de 2020

Estiagem pode impactar produtividade do milho e reduzir supersafra



                                           Foto: Divulgação


As lavouras de milho já sentem os efeitos da escassez de chuvas em Mato Grosso do Sul, o que pode frustrar as previsões da supersafra deste ano, conforme dados do  Boletim do Projeto SIGA/MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio). O Projeto Siga é desenvolvido em parceria entre a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), a Federação de Agricultura e a Aprosoja.

O Boletim do SIGA/MS é produzido todas as semanas com base em dados levantados por técnicos junto aos produtores rurais de todo Estado, e pode ser conferido aqui.

Nesse Boletim, os técnicos já não trabalham com previsão de produtividade, o que constava nos boletins anteriores, baseados na média colhida por hectare na safra passada. Até mesmo a área – 1,977 milhão de hectares, menor em 9,02% em relação à área do ano passado – ainda será confirmada nas próximas duas semanas pelas equipes de campo. Geralmente há um aumento desse valor após a averiguação in loco.

Mesmo que se confirme a área atual, será a segunda maior dos últimos sete anos, perdendo apenas para a área do ano passado, que foi recorde: 2,173 milhões de hectares. Consequentemente, era esperada uma supersafra de milho no Estado neste ano, embalada pelos bons preços do produto no mercado internacional.

O problema do milho, entretanto, não está no solo, mas no céu. De acordo com o modelo Agritempo (Sistema de Monitoramento Agro Meteorológico), a previsão é de que partir de 28 de abril não haverá chuva no Estado nos próximos dias. Os dados se combinam com o modelo do NOAA (National Oceanic and Atmosferic Administration), instituição meteorológica do Departamento Comercial dos Estados Unidos, cuja previsão do tempo estendida indica que nos próximos 15 dias não deve chover em Mato Grosso do Sul.

Além disso, a chuva de granizo ocorrida na noite do dia 13 de abril atingiu as lavouras de milho dos municípios nas regiões Oeste, Sudoeste, Sul-Fronteira e Sudeste, concentrando-se na região Sul-Fronteira e Sudeste. De acordo com dados levantados pela equipe de campo do projeto SIGA/MS e através de pesquisa online disponibilizado no site da Aprosoja MS, as principais ocorrências de perdas afetaram as lavouras nos municípios de Amambaí, Aral Moreira, Bonito, Mundo Novo e Naviraí.

Com relação ao mercado, houve desvalorização de 10,03% no preço da saca do milho em Mato Grosso do Sul entre 17 a 27 de abril de 2020. O cereal encerrou o período negociado a R$ 37,56 a saca de 60 quilos, em média. Apesar da queda, está ainda bem acima do valor médio do ano passado (R$ 27,82/sc), o que deve animar os produtores.

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