quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Filme : Uma Vida Oculta

Cine Web

Ficha técnica
Nome: Uma vida oculta
Nome Original: A hidden life
Cor filmagem: Colorida
Origem: Alemanha
Ano de produção: 2019
Gênero: Drama
Duração: 174 min
Classificação: 14 anos
Direção: Terrence Malick
Elenco: August Diehl, Valerie Pachner


Conhecido por uma obra extremamente pessoal, com estilo barroco e elegante, o diretor Terrence Malick desenvolveu em Uma vida oculta a história pouco conhecida de Franz Jägerstätter (August Diehl), um austríaco que levou às últimas consequências sua recusa de jurar fidelidade a Adolf Hitler.

Ainda que ambientada em 1943, a história de Franz repercute especialmente hoje, já que o anônimo camponês torna-se um eloquente lembrete do valor da resistência, ainda que miúda, individual e, aparentemente, inútil, num contexto em que tudo e todos parecem estar sendo arrastados numa voragem de fanatismo, cegueira e conformismo diante da ação de líderes autoritários, nacionalistas. Qualquer semelhança com a realidade atual não é mesmo coincidência.

Malick filma com maestria - com a parceria do diretor de fotografia Jörg Widmer -, captando a beleza natural da aldeia onde moram Franz, sua mulher, Fani (Valerie Pachner, de Egon Schiele) e filhos, onde eles se acreditavam seguros em seu paraíso. Como em A Árvore da Vida, que lhe deu a Palma de Ouro em 2011, o diretor nos hipnotiza com esse encantamento místico, cósmico, em torno da natureza e dos afetos familiares - e que aqui são destroçados pela intrusão de tempos violentos e intolerantes.

Conhecido por filmes como Senão nós, quem?, Bastardos Inglórios e Os Falsários, o alemão August Diehl mostra-se o ator perfeito para este pequeno e indomável herói. Malick atribuiu-lhe um protagonismo que nem sempre ocorre em seus filmes, muitas vezes mais corais, como Além da Linha Vermelha. Esta postura tem toda a sua razão de ser. Afinal, a tese do filme é a importância fundamental destas vidas escondidas, destes esforços de herois anônimos para nossa salvação - como se lembra numa citação final da escritora George Eliot.

Neusa Barbosa

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