quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Petroleiros suspendem greve após 20 dias para negociar acordo



G1


A Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse em comunicado nesta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, que os trabalhadores do Sistema Petrobras decidiram suspender temporariamente a greve que já durava 20 dias.

De acordo com a FUP, a decisão foi tomada em assembleias realizadas pelos 13 sindicatos filiados à federação. "Com isso, os petroleiros reforçam sua disposição em dialogar com a Petrobras na manhã desta sexta-feira (21), em Brasília, em audiência de mediação proposta pelo ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST)", diz o comunicado.

Com a suspensão temporária da greve, os quatro integrantes da Comissão Permanente de Negociação – Deyvid Bacelar, Cibele Vieira, Tadeu Porto e José Genivaldo da Silva, da FUP, e Ademir Jacinto, do Sindiquímica-PR – deixaram o edifício-sede da Petrobras (Edise), no Rio.

Eles irão a Brasília para participar da audiência de mediação, que contará também com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT). A comissão ocupava uma sala no 4º andar do Edise desde 31 de janeiro – portanto, há 21 dias.

A paralisação começou em 1º de fevereiro com o pedido da categoria para suspender as demissões na subsidiária da Petrobras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), as demissões afetam mais de mil famílias.

Reivindicações e posição da Petrobras

Os petroleiros também querem o estabelecimento de negociação com a Petrobras para cumprimento de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que, segundo a federação, vem sendo descumpridos. A FNP aponta ainda entre as reivindicações o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional.

Em nota divulgada no início da greve, a Petrobras afirmou que o movimento é "descabido" e que tomou as providências necessárias para garantir a continuidade das atividades. De acordo com a estatal, todos os compromissos assumidos na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019-2020 vêm sendo integralmente cumpridos por parte da empresa.

A Petrobras tem informado que "não há impactos na produção de petróleo e de combustíveis decorrentes da greve" e que "nenhuma plataforma de produção, refinaria, unidade de processamento de gás natural ou térmica teve adesão total à paralisação".

No dia 17, Ives Gandra considerou a greve dos petroleiros 'ilegal', atendendo a pedido da Petrobras. Ele autorizou ainda que a estatal tome "medidas administrativas cabíveis", como corte de salários, sanções disciplinares e demissão por justa causa. Os petroleiros, no entanto, decidiram recorrer e manter a greve.

Na terça-feira, a desembargadora Rosalie Michaele Bacila Batista, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região, determinou a suspensão da demissão dos trabalhadores da subsidiária da Petrobras Araucária Nitrogenados (Ansa), em Araucária (PR), que motivou o início da greve dos petroleiros.

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