sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Emprego na cadeia produtiva da saúde abrange 5,1 milhões de pessoas




O Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, divulgado hoje (1º) pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), revela, em sua primeira edição, que os empregos formais na cadeia produtiva da saúde, englobando os setores público e privado, somaram 5,1 milhões no último mês de agosto, o que constitui uma marca inédita no país.

De acordo com o relatório, o número de postos de trabalho no setor saúde aumentou 3,4% entre agosto de 2018 e igual mês deste ano, resultando em 3,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada na iniciativa privada e 1,5 milhão de estatutários na saúde pública. O superintendente executivo do IESS, José Cechin, destacou, em entrevista à Agência Brasil, que o setor de saúde é um bom gerador de emprego. “Enquanto a economia encolhe, o setor saúde expande”. No mesmo período, o total de postos de trabalho gerado na economia avançou 1,1%. Excluindo os empregos da saúde, o incremento registrado na economia como um todo atingiu 0,8%.

Pela primeira vez, o estudo do IESS inclui dados do setor público, tanto no nível federal, como estadual e municipal, além do setor privado, englobando toda a cadeia produtiva da saúde, que inclui médicos, empregados de hospitais, das operadoras de saúde, indústria farmacêutica, indústria de equipamentos e dispositivos, laboratórios, clínicas, entre outros segmentos. “Todos que têm a ver com saúde, diretamente prestando serviço e atendimento à saúde ou produzindo produtos e serviços que são utilizados na cadeia da saúde. É uma estimativa bastante ampla”.

Importância da saúde

Segundo Cechin, essa ideia do tamanho do emprego na saúde “evidencia a importância que o sistema de saúde tem na economia brasileira”. Informou que o setor saúde responde por 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB, que envolve todos os bens e serviços produzidos no país) e 11,6% da força de trabalho no Brasil. “Ou seja, é um setor intensivo em mão de obra, em ocupações”.

Cechin salientou que mesmo quando o país inteiro perdeu empregos e está com 12 milhões de desempregados, e também a saúde suplementar perdeu beneficiários, o investimento na saúde permaneceu. Enfatizou que esses investimentos, ou gastos, em saúde atraem empregos em todos os seus segmentos. “Em plena crise, a saúde é um setor que tem expandido empregos e a produção”.

O diagnóstico apresentado pelo relatório comprova que o Sudeste concentra 46,8% dos empregos na cadeia produtiva da saúde, ou o equivalente a 5,4% da força de trabalho total no país. São 1,9 milhão de empregos privados, pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e mais 515,5 mil estatutários, totalizando 2,4 milhões de postos de trabalho, concentrados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. “Uma concentração bastante alta da atividade produtiva de saúde. Quase metade dos empregos da cadeia”.

Em seguida, aparece a Região Nordeste, com um milhão de empregos, sendo 563,7 mil CLT e 453,8 mil estatutários. Cechin informou que a penetração de planos de saúde no Nordeste ainda é pequena. Na Bahia e no Ceará, por exemplo, apenas 9% e 5% da população, respectivamente, têm planos de saúde, enquanto esse número alcança 37%, em São Paulo. “No Nordeste tem muito menos planos de saúde, isto é, menos atividade privada voltada para a saúde e prevalece, quase que meio a meio, o emprego público ou estatutário nos estados e prefeituras”. Já o Sul é o oposto. A região se destaca por apresentar o menor número proporcional de servidores estatutários (155,2 mil) do que celetistas com carteira assinada (651,9 mil trabalhadores).

Saldo de contratações

O relatório mostra ainda que nos 12 meses encerrados em agosto passado, o saldo de contratados na cadeia produtiva da saúde foi de 166,6 mil novos postos de trabalho. José Cechin afirmou que este dado representa 36,3% dos 458,9 mil novos empregos gerados no Brasil no mesmo período. “Mais de um terço dos postos de trabalhos gerados nesse período nasceu da cadeia produtiva da saúde pública e privada”. Esses postos de trabalho foram gerados no espaço de um ano em todas as regiões brasileiras, à exceção do Norte e do Sul, que fecharam 2,2 mil vagas públicas, cada. “Houve uma queda no (emprego) estatutário, nessas duas regiões. O emprego privado, nas duas (regiões), continuou crescendo”.

A expectativa do superintendente executivo do IESS é de aumento da ocupação formal no complexo da saúde no Brasil como um todo, até o final do ano. Ele acredita que os casos de redução serão pontuais, “não relevantes”, porque as pessoas estão cada vez mais preocupadas em ter boa saúde e em envelhecer em boas condições. “A despesa per capita (por indivíduo) com saúde vai continuar crescendo”. José Cechin avaliou que embora a recessão econômica não tenha acabado, já existe um ânimo positivo no mercado, sinalizando para uma recuperação da economia que deverá não só se manter mas, sobretudo, acelerar. “Tudo indica que tanto o emprego como o investimento em saúde estão em ascensão”.

O relatório do emprego deverá ser elaborado mensalmente pelo IESS.

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