terça-feira, 29 de outubro de 2019

Construção civil retoma lançamentos em MS






As instituições financeiras baixaram os juros dos financiamentos imobiliários – a taxa Selic foi reduzida para 5,5% ao ano – e influenciaram o “aquecimento” do setor imobiliário. Incorporadoras que atuam em Mato Grosso do Sul projetam novos investimentos e já percebem maior movimentação nas vendas para este segundo semestre e início de 2020.

O sinal favorável vindo dos bancos públicos e privados e da equipe econômica do governo federal está sendo captado pelas incorporadoras que atuam em Campo Grande e também no interior do Estado. A SBS Empreendimentos, por exemplo, aproveitou o momento favorável e divulgou que ampliará os investimentos locais. A empresa sul-mato-grossense passou os últimos anos adquirindo áreas em Campo Grande e no interior e estudando o mercado para definir o produto a ser lançado.

E executiva da SBS Empreendimentos Phaena Spengler acredita que tenha chegado o melhor momento para colocar todo o planejamento em prática. “Somos uma empresa de empreendimentos imobiliários que tem como fundamental atributo a qualidade construtiva, a segurança de todos os processos e o foco no que o mercado está pedindo. Por alguns anos, atuamos no setor de construção na Região Norte, adquirimos um vasto portfólio e agora chegou a hora de atuar mais em casa”, afirma.
Ainda segundo Phaena Spengler, a empresa tem o equivalente a R$ 200 milhões de Valor Geral de Venda (VGV) em ativos só na Capital, o que oferece um lastro extremamente consistente para os investimentos e posicionamento consolidado. O primeiro empreendimento deve ser lançado no primeiro semestre de 2020, na região central de Campo Grande.

MAIS MOVIMENTO

O Grupo Plaenge também aponta um momento de expectativas positivas no setor. Segundo o gerente regional, Luiz Octávio Pinho, a movimentação nas centrais de venda já aumentaram. “A gente percebe maior otimismo, principalmente com as taxas mais atrativas. As taxas de juros têm um peso mais forte na hora de fazer um financiamento, quando elas caem, despertam a atenção dos compradores”, explicou.
Pinho explica que 95% das vendas dos imóveis do grupo são feitas ainda na planta e, para 2020, a projeção é de novos empreendimentos. “Temos duas entregas para o ano que vem, tanto residencial quanto comercial, e outros lançamentos previstos. Mesmo durante a crise, continuamos vendendo, mas a intenção é acelerar mais em 2020. Acredito que no próximo ano vamos gerar um VGV de R$ 180 milhões em Campo Grande”, informou o gerente.

INVESTIMENTOS

O diretor comercial da MRV, Jeferson Luiz Benitez, explica que a construtora está atenta às tendências e aos movimentos do mercado. “Além de empreendimentos que se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida, estamos ampliando nossos lançamentos dentro do financiamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). E, desde de agosto, já oferecemos a possibilidade de contratos dentro da nova linha de crédito imobiliário com custo indexado ao IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo]. Acabamos de lançar um empreendimento na região do Jardim Leblon. Por lá, vamos investir R$ 21,5 milhões”.

 A empresa cresceu 7% em 2019 e lançará mais 2 empreendimentos neste ano. “A expectativa é a melhor possível, acreditamos que a redução da taxa de juros e o aumento da oferta de crédito imobiliário ampliarão a demanda por apartamentos, por isso, continuamos com um forte programa de lançamentos e nosso objetivo é lançar mais de 1.300 apartamentos somente em 2020”, afirmou o diretor.

CRESCIMENTO SENSATO

Para o diretor-executivo da HVM Incorporadora, Rodolfo Luiz Holsback, o aumento na busca por imóveis tem sido gradual. “Um crescimento mais sensato eu diria. Quanto à modalidade do financiamento com IPCA, a novidade é muito positiva, pois gera mais flexibilidade para o comprador e proporciona acesso a novas fontes de recursos para os bancos. Embora seja um pouco cedo para falar, já temos sentido uma busca por essa nova modalidade entre nossos clientes. Um outro ponto positivo da Selic mais baixa é a maior atratividade do investimento em imóveis com a finalidade de locação”.

Holsback  acredita que o mercado vai continuar crescendo de maneira ordenada, em conformidade com a economia. “Lançamos um prédio há pouco mais de dez dias e a procura foi muito boa. Estamos surpresos com o resultado, a maior parte das unidades já foi comercializada. Em nossa esteira de projetos, há empreendimentos para os próximos cinco anos, cada um em um estágio de desenvolvimento. Para o próximo ano vamos lançar, pelo menos, dois novos empreendimentos em Campo Grande. Seguimos otimistas”, detalhou.

MUDANÇAS

A Caixa Econômica Federal anunciou, no começo de outubro, a redução dos juros dos financiamentos imobiliários com recursos do SBPE. A medida já havia sido adotada por outras instituições financeiras anteriormente. Na Caixa, o juro mínimo cobrado no crédito imobiliário com recursos da poupança passará de 8,5% mais Taxa Referencial (TR) para 7,5% mais TR. A taxa máxima será de 9,5% mais a TR. O anúncio do banco público é uma reação à decisão dos dois maiores bancos privados do País. No Bradesco, a taxa mínima passou de 8,2% ao ano mais TR para 7,3% ao ano mais TR. Já o Itaú está oferecendo crédito imobiliário a partir de 7,45% ao ano mais TR, ante juros de 8,1% ao ano mais TR.

Em agosto, o banco público lançou uma nova linha de financiamento habitacional corrigida pela inflação oficial medida IPCA, mais uma taxa fixa. A nova linha traz uma taxa de 4,95% do valor financiado mais correção do IPCA. A porcentagem pode chegar a 2,95% do valor financiado para quem tem as melhores relações com o banco (ter conta no banco e apresentar baixo risco de inadimplência, por exemplo). Os valores serão corrigidos mensalmente, prestação a prestação, conforme o IPCA mais recente.
Com informação do Portal Correio do Estado

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