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sábado, 29 de junho de 2019
Filme: Annabelle 3 - De Volta Para Casa
A grande surpresa de Annabelle 3: De volta ao lar acontece logo na primeira cena, quando o casal de caça-fantasmas-e-afins Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) nos informa que: 1) objetos não podem ser possuídos pelo demônio; e 2) Annabelle nunca foi possuída, ela é apenas um canal para espíritos malignos. Isso deveria fazer repensar toda a série mas, melhor deixar para lá. Ou seja, a boneca-título-demoníaca não é bem o que se imagina ser – ou tanto faz.
O terceiro filme da série – e sétimo no universo de Invocação do mal (contando o recente A maldição da chorona) – é tão ou mais descartável do que os anteriores, com o diferencial de ser bem pior do que os anteriores (talvez não pior do que o filme da Chorona, mas no mesmo nível). Escrito e dirigido por Gary Dauberman (roteirista dos outros longas da boneca), é uma sucessão de sustos e berros numa casa assombrada que nem precisava de Annabelle em cena – o que transforma sua presença mais em oportunismo do que necessidade.
Os Warren saem de cena – numa viagem durante o final de semana – e sua filha pequena, Judy (Mckenna Grace) fica com a babá Mary Ellen (Madison Iseman). Uma amiga desta, Daniela (Katie Sarife), sabendo da fama da casa da família, resolve fazer uma visita e, quando está sozinha, vai até o porão, onde estão todos os objetos malignos confiscados pelo casal. Sua curiosidade libertará todo o mal.
Quando isso acontece, entram em cenas coisas como um vestido de noiva maligno, um lobisomem, uma armadura de Gêngis Khan, um jogo Infantil, um macaquinho de brinquedo com uma sanfona e um punhado de coisas, todas com potencial de se transformar em protagonistas de novos filmes – tal como a boneca Annabelle. A cada novo objeto tentando matar o trio entra em cena, é como se o trailer de um novo filme começasse a ser exibido.
No fundo, Annabelle 3: De volta ao lar é mais um filme religioso do que de terror. A cada novo susto, a pequena Judy reza um Pai-Nosso e aponta o crucifixo que ela tirou de cima de sua cama. E a grande surpresa é que no final os personagens não se deem as mãos e rezem mais uma vez – mas é quase como se o fizessem.
Alysson Oliveira
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