domingo, 2 de dezembro de 2018

Ministério da Saúde, CNPq e Fundação Gates investirão US$ 2,5 mi em pesquisas

                                        Foto Reprodução

Montante contemplará 25 projetos de pesquisas que envolvem saúde materno-infantil e resistência a antimicrobianos

O Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Gates, irá investir US$ 2,5 milhões em 25 pesquisas brasileiras que objetivam melhorar a Saúde Materno-Infantil no Brasil e a Resistência aos Antimicrobianos. A ação é fruto do Grand Challenges Explorations (GCE), grupo que financia ideias e soluções inovadoras em todo o mundo, voltada apenas para pesquisadores brasileiros. Cada projeto receberá 100 mil dólares para desenvolver suas ideias em 18 meses. A expectativa é que eles auxiliem gestores a definir melhores políticas públicas nestas duas áreas.

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, Marco Fireman, a parceria permitirá que o Ministério da Saúde elabore ações para aprimorar a saúde pública. “O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo e atende um país diverso e de dimensões continentais. Essa é uma parceria estratégica porque nos permite compreender os perfis da nossa população e alimentar os nossos bancos de dados, o que colabora para uma melhor orientação das políticas públicas. Além disso, apresenta soluções reais e a baixo custo que possam, de fato, ser implementadas”, afirma Marco Fireman.

Dentre as 25 ideias selecionadas pelo edital, está a criação de um sistema sustentável e de baixo custo para remover bactérias resistentes a antibióticos de esgotos e efluentes. Um outro projeto envolve o cruzamento de indicadores de saúde com informações sobre poluição do ar para identificar possíveis impactos das emissões na saúde de gestantes e crianças.

Desde 2007, o Grand Challenges Explorations (GCE) financia ideias e soluções inovadoras do mundo inteiro para grandes desafios em saúde, desenvolvimento e agricultura. Entre eles, por exemplo, estão a nova geração da camisinha e inovações para garantir o transporte de vacinas nas áreas mais remotas do planeta. Desde 2009, 14 brasileiros foram apoiados por essas chamadas abertas a inovadores do mundo todo.

Esse primeiro grupo GCE é um dos resultados da parceria entre o Ministério da Saúde, da Fundação Gates e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) firmada em 2011 e renovada em 2017. Pelo acordo, ambas as partes investem igualmente em projetos de pesquisa. Além do financiamento de 100 mil dólares da Fundação Gates, os brasileiros ainda podem receber um adicional de 25% a 50% do valor total de 17 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de seus estados. No Brasil, uma parceria com as FAPs garante aporte adicional de 25.000 a 50.000 dólares a inovadores de seus estados que tiverem suas ideias selecionadas pelo programa

OBTENÇÃO DE DADOS

Um dos grandes aliados na realização desses projetos será o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs). A partir desta plataforma, os contemplados na chamada 'Ciência de Dados para Melhorar a Saúde Materno-Infantil no Brasil' poderá acessar informações anonimizadas de mais da metade da população brasileira oriundas da vinculação de bases de dados que trazem informações sobre mortalidade, nascimentos e programas sociais, por exemplo. O cruzamento de várias bases de dados gera informações que podem guiar intervenções e programas capazes de melhorar a vida de mulheres e crianças.

O Brasil inova com a chamada do Grand Challenges Explorations ao aplicá-los à saúde com o objetivo de melhorar políticas públicas nesta área.

Por Victor Maciel, da Agência Saúde, com informações do Nucom/SCTIE

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