sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Equipe trabalha para reduzir déficit primário no próximo ano, diz Onyx

Reuters

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira que o novo titular da Economia, Paulo Guedes, e toda equipe dele estão trabalhando para zerar o déficit primário no próximo ano e destacou que a proposta de reforma da Previdência está mais madura e que “no momento certo” vai aparecer.

“O ministro Paulo Guedes e toda a sua equipe já estão superdebruçados para tentar e esse é um sonho nosso, zerar o déficit no próximo ano. Eu digo a ele que, se ele conseguir, o vinho é por minha conta, e é vinho gaúcho”, disse Onyx.

“A tentativa de diminuir o máximo possível o déficit, porque o que faz o déficit primário com a gente? Nos tira a capacidade de investimento e esse é o problema”, completou ele, em entrevista coletiva após reunião de ministros do próximo governo no gabinete de transição em Brasília em que foi divulgado um documento com ações dos 100 dias da gestão Bolsonaro.

O déficit primário previsto para 2019, primeiro ano da próxima gestão, é de 139 bilhões de reais.

Questionado sobre quando será conhecido o teor da proposta de reforma da Previdência, Onyx não foi preciso, mas disse que isso está “cada vez mais maduro”.

“Isso continua, está cada vez mais maduro, os grupos estão muito afinados e no momento certo, quando o presidente comandar, ela vai aparecer”, afirmou.

O futuro ministro disse que o governo vai promover a revogação de uma série de instruções burocráticas que “infernizam a vida dos brasileiros”, mas não deu detalhes das medidas que poderão ser tomadas. Ele destacou, também sem dar maiores detalhes, que “com critério” os ministérios vão estudar em profundidade para iniciar um processo de redução de subsídios.

“O Brasil, ao longo de décadas, construiu uma relação com a sociedade, principalmente com a sociedade que produz, com base em subsídios que, quando o governo oferece com uma mão um subsídio para um setor da atividade econômica, ele está tirando com muitas mãos, porque quem paga somos nós, que pagamos impostos”, disse.

“Então nós vamos, com critério, os ministérios vão estudar com profundidade, para iniciar lenta e gradualmente um processo de redução de subsídios”, acrescentou.

Onyx disse que uma eventual prorrogação do Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural) está em análise, mas não foi decidida pelo novo governo. Mais cedo, em entrevista, o atual ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, havia dito que o atual presidente Michel Temer não deve acatar um pedido feito pela futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para que o prazo dessa renegociação —que se encerra no dia 31 de dezembro— seja prorrogado.

O futuro ministro elogiou o fato de a equipe de transição ter elaborado um documento com as ações para os 100 primeiros dias de governo, iniciativa essa que ele considerou como um “guia” e uma “resposta” para quem tinha falado que seria uma gestão de “improviso”.

O documento, intitulado “Agenda de Governo”, foi distribuído pela equipe de Bolsonaro a futuros ministros nesta quinta-feira e obtido pela Reuters antecipadamente.

No documento, o governo do presidente eleito vai passar um pente-fino nas decisões tomadas nos últimos 60 dias da gestão Michel Temer, podendo até revogar medidas.

Na entrevista, Onyx deu exemplos de medidas a serem tomadas pelo futuro governo —todas elas, contudo, com limitado efeito para as contas públicas deficitárias.

Ele disse que a equipe de transição está avaliando fazer cortes nos cargos em comissão. Também afirmou que outra orientação é uma redução drástica no uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

O futuro ministro revelou que, na reunião a portas fechadas, os colegas de Esplanada apresentaram sugestões de medidas a serem tomadas pelo governo. Disse que, a partir dessas indicações, a intenção é que Bolsonaro escolha 22 iniciativas para levarem adiante.

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