segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Não dormimos, tomamos banho ou comemos. Nossas crianças estão sofrendo, diz familiar


Vizinhos relatam tragédia no bairro e pedem mais segurança após acidente

Por GABRIELA COUTO


O acidente no final da tarde deste domingo (30 de setembro), na Rua Cachoeira do Campo, no bairro Portal Caiobá II, região oeste, comoveu vários vizinhos e amigos da família das meninas, 11 e 14 anos.

A avó das meninas, Maricilda Monteiro Diniz, 53 anos, conta que o caso mais grave é de Jeniffer que ficou presa entre os escombros da parede da casa vizinha e o carro. “A cirurgia dela terminou às 11h30. Os médicos estavam vendo a drenagem do pulmão e esperando ela acordar da anestesia para analisar o quadro e ver onde ela vai ficar internada”.

A adolescente completará 15 anos no próximo dia 11 e estava planejando uma festa de aniversário com a avó. Agora tem que se recuperar das lesões. Ela afirma que foram várias microcirurgias e que um dos joelhos teve fratura exposta, além de ter o pulmão perfurado. “Foi uma imprudência muito grande do motorista. Ele não tem uma perna e dizem que ficou um ano internado aqui na Santa Casa. A família praticamente o abandonou. Nosso país tá vivendo isso aí. As pessoas bebem e depois pagam fiança e saem livremente”, lamenta.

Desde domingo ela e o restante da família estão de 'plantão' no hospital. “Não dormimos, não tomamos banho, nem comemos. Nossas crianças estão sofrendo. É muito difícil passar por isso devido a irresponsabilidade de um motorista.  Estou orando para que Deus tome conta da vida dele. Tenho dó”

“Foi uma tragédia. As meninas são como duas irmãs e estão sempre juntas. Com o impacto da batida uma das crianças caiu dentro do guarda-roupas. Acabou como tudo”, disse o vizinho Walter Ribeiro, 38 anos.

Ele é o proprietário da residência que teve um dos cômodos destruídos pelo Chevrolet Corsa, dirigido pelo portador de deficiência Leomir dos Santos Lemes, 39 anos. “Pessoal quase matou ele de tanto bater. Nós registramos um boletim de ocorrências e erguemos a parede do quarto por conta, mas vamos cobrar o ressarcimento”.

A outra moradora próxima do local do acidente disse que as meninas estavam tranquilas na calçadas momentos antes de serem atingidas. “Elas estavam na frente de casa, como todo mundo no bairro. Foi muito triste. Uma das meninas foi parar embaixo do carro”, conta Angelina Silva dos Santos.

Vizinha de frente da família, Maria Santos, 50 anos, conta que viu o desespero do pai de Jeniffer. “Ele não via ela, porque estava embaixo do carro e gritava que ela tava morrendo e que tinha que tirar ela dali. Mas eu falei que era perigoso ela se machucar mais. Os bombeiros demoraram e ela perdeu muito sangue”, conta.

Segundo ela as informações são de que o motorista que só tem uma perna estava bêbado porque tinha perdido a mãe há um mês e recém terminado o relacionamento. Além disso ele estaria acompanhado de outra duas pessoas que fugiram do local. “Hoje foram elas, mas a qualquer momento pode ser a gente. Os motoristas não respeitam”.

Câmeras de segurança de uma mercearia próxima do local filmaram o momento do acidente. As imagens mostram Leomir em alta velocidade. Alguns moradores afirmam que ele estava fugindo de um possível atropelamento momentos antes do acidente. No cruzamento com a rua Ângelo Nakalhodo ele teria freado bruscamente para desviar de um carro que estava fazendo a conversão à esquerda e perdido o controle. Todos pedem semáforo ou redutor de velocidade no lugar. Com informação do Portal correio do Estado


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