quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Seis, das sete "cidades gêmeas" de MS mataram mais no trânsito do que a média nacional

                                         Foto;arquivo

Por Gizele Almeida



O índice de vítimas fatais em acidentes de trânsito em seis das sete cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul ficou acima da média nacional nos anos de 2015 e 2016. O levantamento divulgado em agosto pelo Idesf (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social das Fronteiras) mostra um diagnóstico com números altos em Bela Vista, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã, Coronel Sapucaia e Porto Murtinho.

A média nacional é o registro de 17,33 óbitos (referente a 2016) para cada 100 mil habitantes.

No Estado, Mundo Novo apresentou um indicador praticamente três vezes superior a média nacional sendo de 50,32 mortes para cada 100 mil habitantes (2015). Na análise de 2016, o dado apontou 33,34, com queda, no entanto, ainda bastante superior ao nacional e aos de cidades fronteiriças em 19,63 em 2015 e 16,93 em 2016.

O município de Coronel Sapucaia, registrou em 2016, o índice de 46,93, sendo quase três vezes maior que se comparado ao nacional demostrado. Se comparado ao índice apresentado em 2015, de 6,75, o aumento é de cerca de 760%.

Em Bela Vista, o índice em 2015 foi de 24,88 e em 2016 apresentou queda para 16,51.

Paranhos apresentou um índice bem abaixo do nacional e de cidades fronteiriças no ano de 2015, com 7,41, no entanto em 2016, este disparou para 21,94, acima das médias.

Ponta Porã mostrou queda nos índices, com 42,67 em 2015 e 27,22 em 2016.

Já Porto Murtinho obteve aumento, com 6,06 em 2015 para 29,97 em 2016.

O Idesf incluiu na avaliação, além das cidades citadas, o município de Corumbá. Neste os índices ficaram inferiores a média nacional tanto em 2016 quanto em 2017, sendo de 8,28 e 13,72 respectivamente.

A avaliação ocorreu em todo o país nas cidades consideradas “gêmeas” conceito do Ministério da Integração aos municípios situados na linha de fronteira, seca ou fluvial, integrada ou não por obras de infraestrutura, que apresentem grande potencial de integração econômica e cultural. A definição só é válida para as cidades que tenham, individualmente, população superior a dois mil habitantes.

As cidades que se destacaram neste “ranking” em MS ficam atrás se considerado as cidades gêmeas a nível nacional apenas de Bonfim (RR) que na mesma proporção (100 mil habitantes) apresentou o índice de 68,15 em 2015.

O levantamento contextualiza que estes números se explicam por uma série de fatores, entre esses o fato de que muitas cidades gêmeas fazem parte da rota do contrabando e do tráfico, em que veículos, muitas vezes furtados ou roubados, são utilizados para o transporte ilegal, sem qualquer preocupação com a legislação de trânsito, arriscando-se em alta velocidade, mais ainda quando há perseguições da polícia.

O presidente do Idesf, Luciano Stremel Barros, destacou que os dados levantados pelo estudo nas diferentes áreas demonstram a falta de perspectiva econômica das regiões de fronteira, fator que leva muitos jovens a ingressarem em atividades ilícitas.

 “Os altos índices de violência, inclusive no trânsito, refletem a incidência de acidentes gerados em situações de contrabando”.

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