segunda-feira, 30 de julho de 2018

Álvaro Dias diz que seria um "descarado" se aceitasse negociar candidatura a vice com Alckmin


Reuters                              Foto.Divulgação


Alvo mais uma vez de tentativas do PSDB em cooptá-lo para dividir a chapa com o presidenciável Geraldo Alckmin, o senador Álvaro Dias, pré-candidato a Presidência pelo Podemos, nega com veemência que possa aceitar uma composição com o PSDB e acusa os tucanos de tentarem apenas tirá-lo da disputa.

“Só seu eu fosse um descarado que diz uma coisa e faz outra. Eu seria um pulha se aceitasse ser coadjuvante de um ajuntamento de siglas e na empreitada de preservar o circo que abrigou todos esse espécimes da velha política. Eu seria igual a todos os outros”, disse à Reuters na noite de sexta-feira.

Apesar de ter reunido uma aliança de nove partidos, somando os cinco do blocão - DEM, PP, PR, PRB e SD - que formalizaram o apoio essa semana - Alckmin não tem ainda um nome forte para colocar no lugar de vice em sua chapa.

O ex-governador de São Paulo havia concordado com a proposta do blocão, que ofereceu o nome do empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, para compor a chapa. Josué, no entanto, declinou do convite na quinta-feira. O blocão, então, abriu mão de indicar o vice, mas pediu o poder de veto ao nome.

Álvaro Dias, que tem em torno de 5 por cento das pesquisas de intenção de voto, tem melhor resultado do que Alckmin na região Sul e poderia ajudar o tucano a retomar um espaço que perdeu na região. Depois do não de Josué, o nome do senador voltou a circular como preferido do tucano.

“Eu me sinto até ofendido porque não acreditam em mim. As insinuações continuam, mas eu não sou igual a eles. Eu sou diferente. Quem acompanha minha vida pública sabe disso. Estão perdendo tempo”, garantiu.

Álvaro Dias acredita que as especulações acabam na semana que vem com as últimas convenções. Tanto a do Podemos, que irá confirmar sua candidatura, quanto a do PSDB, acontecem no dia 4 de agosto - a primeira em Curitiba e a segunda, em Brasília.

O senador diz que até lá terá também suas alianças fechadas, mas não quis dizer com que partidos negocia.

“Não posso falar porque eles vêm para cima, e eles têm mais para dar, têm mais dinheiro. Porque o objetivo não é me ter de vice, é me tirar do páreo”, afirmou.

Reportagem de Lisandra Paraguassu

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