quinta-feira, 31 de maio de 2018

Pré-candidato à presidência pelo PSC, acredita em terceira via para a Petrobras

                                          Foto:Divulgação
Jornal do Brasil

GILBERTO MENEZES CÔRTES, gilberto.cortes@jb.com.br


O ex-presidente do BNDES e pré-candidato à presidência pelo PSC, Paulo Rabello de Castro, entrou ontem na polêmica entre caminhoneiros e Petrobras, com propostas que podem ser consideradas uma “terceira via”. Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, criticou “os neoliberais que querem privatizar a Petrobras” e “dissecar a empresa quando ela já estiver com o corpo morto”. Mas também atacou os que defendem a preservação integral da estatal, “sem alterar sua estrutura monopolística e a ingerência política na empresa pelos partidos que assumem o poder”.

Para Rabello de Castro, os 10 dias de greve dos caminhoneiros são “resultado de uma gestão na Petrobras que levou a uma “valorização canhestra” da empresa, que “maltrata o seu cliente, ora aumentando preços, ora controlando a produção, porque exerce um monopólio anacrônico”. Ele defende a liberalização do mercado, lembrando que “uma empresa eficiente num mercado competitivo valoriza, ama e respeita o seu cliente. Não faz como a Petrobras, que pisoteou no caminhoneiro, no consumidor brasileiro”, acusa.


Rabello de Castro propõe mudança
Rabello entregou ontem, em Brasília, ao deputado Marcondes Gadelha (PSC-PB), propostas para melhorar a competitividade do preço do óleo diesel no país e estimular a produção de caminhões mais eficientes no consumo de combustíveis. E disse que o primarismo da concepção dos neoliberais que querem simplesmente privatizar a Petrobras - ideia rejeitada por 55% da população, segundo pesquisa divulgada ontem pelo DataFolha - “os coloca na categoria de nanoliberais, anõeszinhos liberais”, alfinetou.

Ele propôs um sistema de leilões de diesel, regulados pela ANP, para ampliar o suprimento do combustível. Com “maior oferta, assim como nos mercados de tomates, laranjas ou batatas é impossível o preço baixar sem aumento da oferta, logo virá uma redução de preço”, diz com convicção. Os leilões de diesel teriam participação, como supridoras, da Petrobras e das importadoras. E como consumidores, os distribuidores e os caminhoneiros autônomos, organizados em cooperativas, explica Rabello de Castro. E o subsídio deve acarretar um gasto fiscal bastante menor do que o projetado pelo governo, assegura.

Ele defende “valorizar os petroleiros e a Petrobras como uma empresa brasileira competitiva mundialmente. Mas a competição só é ganha jogando-se o jogo de mercado. Minha proposta é ajudar a Petrobras a entrar nesse jogo, por meio do sistema de leilões de diesel e assim se tornar de fato globalmente competitiva, sustenta.

Para Rabello, os caminhoneiros precisam trocar os veículos antigos, com motores ineficientes no consumo e poluentes, por caminhões mais modernos. Do contrário, “a margem de lucro vai continuar muito apertada. Basta um pneu rasgado para uma viagem dar prejuízo”, destaca. E defende que o BNDES lance, de imediato, um programa de troca de caminhões, com condições de financiamento especiais.

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