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terça-feira, 21 de novembro de 2017
PF cumpre mandados em instituição financeira clandestina em Campo Grande
Por Natália Yahn e Renan Nucci Foto:Valdenir rezende
Equipes da Polícia Federal e da Receita Federal cumprem mandado de busca e apreensão na empresa Company Consultoria Empresarial, com sede na Rua Arthur Jorge, no Bairro São Francisco, em Campo Grande.
A ação já dura mais de uma hora e foi batizada como “Ouro de Ofir”, que remete a uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Mas a cidade nunca foi localizada e nem o metal precioso dela.
A investigação buscou desarticular Organização Criminosa que atua na forma de uma verdadeira instituição financeira clandestina aplicando golpes para manter e induzir pessoas a investir quantias em dinheiro, com o objetivo de obter lucros financeiros exorbitantes. Um dos investidores, que pediu para não ter o nome divulgado, esteve há pouco em frente a sede da empresa em busca de informações. Ele explicou que investiu R$ 1 mil há um ano na esperança de receber a quantia com 1000% de lucro, ou seja, R$ 10 mil já no fim deste mês. “Esta empresa já foi alvo de outra operação, mas não acharam nada. Estou tranquilo”, disse.
O esquema criminoso era baseado na existência de uma suposta mina de ouro que foi explorada há muito tempo e cujos valores oriundos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos. Existe, inclusive, a esdrúxula figura de contrato de doação mediante pagamento. Outra modalidade de engano aos investidores era promessa de liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional – LTN.
Estima-se que milhares de indivíduos tenham sido induzidos a investir em um projeto cujos contratos não têm lastro ou objeto jurídico plausível (os nomes eram Operação SAP e AUMETAL). Os investidores eram induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1000% (algo desproporcional e insustentável financeiramente). Também eram falsificados documentos de instituições públicas federais na tentativa de oferecer credibilidade ao que era repassado às vítimas.
Estão envolvidos nas atividades referentes à deflagração aproximadamente 70 policiais federais, servidores da Receita Federal e Policiais Militares, para o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e quatro mandandos de condução coercitiva nas cidades de Campo Grande, Terenos, Goiânia (GO) e Brasília (DF).
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