terça-feira, 1 de agosto de 2017

Caso Mayara: crime será investigado como latrocínio, diz polícia


                                         Foto;reprodução Facebook


Conforme a polícia, o crime de femicídio não havia sido descartado, porém provas comprovam que motivação da morte da musicista foi causado pelo desejo de roubá-la


Kerolyn Araújo



Uma semana após a morte da musicista Mayara Amaral, 27 anos, que teve o corpo encontrado parcialmente carbonizado na região do Inferninho na última terça-feira (25), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul divulgou uma nota esclarecendo que o assassinato está sendo investigado como latrocínio - roubo seguido de morte. O crime chocou a população campo-grandense, teve repercussão nacional e criou um debate: houve ou não feminicídio?

Conforme a Polícia Civil, quando o cadáver foi encontrado, nenhuma linha de investigação foi descartada. ''Não houve nenhum preconceito ou relutância da Polícia Civil em registrar o crime como feminicídio, atuando de forma imparcial e livre de preconceitos de gênero'', diz um trecho da nota.

Durante investigações e após a prisão de Luis Alberto Barbosa Bastos, 29 anos, Ronaldo da Silva Olmedo, 30 anos, e Anderson Sanches Pereira, 31 anos, os três envolvidos no crime, a polícia chegou a conclusão que a morte foi causada pelo interesse do trio em roubar a vítima, configurando latrocínio, que é considerado hediondo e tem pena mínima de 20 anos de reclusão.

A investigação está sendo conduzida pela Delegacia Especializada de Furtos e Roubos e Veículos (Defurv) e o inquérito deve ser concluído na próxima sexta-feira (04).

O crime

Mayara foi atraída para um motel por Luis, de quem era amiga e mantinha um relacionamento, e Ronaldo. No local, a musicista foi morta a marteladas.

De acordo com o delegado Thiago Macedo, que atendeu a ocorrência, após a morte, o corpo de Mayara foi levado para a casa de Anderson. O trio permaneceu com o corpo por aproximadamente oito horas, até a desova na região do Inferninho.

"Durante as investigações, rastreamos o celular da vítima com um aplicativo e acabamos chegando até o Luis. Na casa dele, encontramos objetos pessoais da vítima, inclusive as roupas que ela usava no dia crime, que estavam sujas de sangue", detalhou.

Horas após prisão de Luis, Ronaldo e Anderson foram flagrados no veículo da vítima, um VW Gol de 1992.

Para o delegado, ficou claro que eles planejaram o crime com a intenção de roubar a vítima, mesmo que para isso eles tivessem que matá-la.

O trio responderá por latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver.

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