segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

'Moonlight' bate 'La La Land' na corrida do Oscar após gafe histórica



Reuters


 "Moonlight: Sob a Luz do Luar", filme sobre o amadurecimento de um jovem afro-americano homossexual, ganhou o Oscar de melhor filme no domingo, em uma grande noite para a diversidade em Hollywood, mas que passou por uma gafe constrangedora no momento da entrega do prêmio principal.

Cometendo um equívoco que causou furor e confusão, os apresentadores Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram inicialmente que o musical romântico "La La Land - Cantando Estações", o franco favorito a melhor filme, havia vencido.

Diante das equipes dos dois filmes, ambas constrangidas no palco, Beatty explicou que recebeu o envelope errado para abrir.

Foi a primeira vez de que se tem notícia de um erro tão grande cometido no Oscar, a maior noite do cinema norte-americano, e o acontecimento ofuscou até mesmo as três horas anteriores da premiação, temperada de piadas sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A empresa Price Waterhouse Cooper, que supervisiona a votação, informou que os apresentadores receberam o envelope da categoria errada. "No momento estamos investigando como isso pode ter acontecido, e lamentamos profundamente o ocorrido", informou em comunicado, pedindo desculpas às equipes de "Moonlight" e "La La Land", Beatty, Dunaway e aos espectadores do Oscar.

Nenhum representante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas estava disponível de imediato para comentar.

"Será este o momento Oscar mais louco de todos os tempos?", indagou Emma Stone, vencedora da estatueta de melhor atriz por seu papel de atriz iniciante em "La La Land", aos repórteres nos bastidores. "É um acontecimento muito estranho na história do Oscar".

"Moonlight", que trata de um menino em luta com a pobreza e sua sexualidade em Miami, também rendeu um prêmio de melhor ator coadjuvante para Mahershala Ali, indicado pela primeira vez, e de melhor roteiro adaptado.

Viola Davis foi agraciada como melhor atriz coadjuvante por sua atuação em "Um Limite Entre Nós", no qual vive uma dona de casa afro-americana às voltas com dramas familiares.

O reconhecimento dos dois artistas e seus filmes representou um contraste acentuado com a cerimônia de 2016, na qual nenhum ator negro foi sequer indicado.

Adele Romanski, produtora de "Moonlight", disse esperar que o filme inspire "meninos negros e meninas pardas e outras pessoas assistindo em casa que se sentem marginalizados".

"La La Land" havia sido indicado em 14 categorias e saiu com seis prêmios, entre eles os de trilha sonora e canção para "City of Stars", e Damien Chazelle, de 32 anos, se tornou a pessoa mais jovem a receber um Oscar de melhor diretor.


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