quinta-feira, 1 de setembro de 2016

ESTREIA-“Sem Fronteiras” carrega na ação sem perder as raízes de “Star Trek”

Reuters


Quando assumiu as rédeas para a realização da nova franquia “Star Trek”, em 2009, quase cinco décadas depois da estreia na TV e um sucesso estelar durante todos esses anos, J.J. Abrams alcançou um feito: criar uma narrativa moderna para conquistar as novas gerações de espectadores, sem desrespeitar o universo venerado pelos fãs.

O êxito da produção tornou-a uma nova franquia, seguida por “Além da Escuridão” (2013), que ainda revestia de uma nova roupagem o vilão Kan (rejuvenescido pelo ator Benedict Cumberbatch). Um filme subestimado, pois o excesso de efeitos deixa nas sombras o belo trabalho realizado pelos roteiristas (Roberto Orci e Alex Kurtzman) e pelo elenco, sob a batuta de Abrams.

Este terceiro episódio “Star Trek – Sem Fronteiras” mantém os mesmos elementos e qualidades, mesmo com a direção de Justin Lin (chancelada por Abrams), responsável pelo sucesso de “Velozes e Furiosos”. Ele traz ainda mais vigor à ação, quando as cenas estão longe do espaço, como se verá no decorrer da projeção.

Se o primeiro longa apresentava aos personagens seu destino, a sequência os amadurecia em sua jornada. Agora, é hora de enfrentar as dúvidas de suas escolhas. O capitão Kirk (Chris Pine), que até então seguia os passos de seu pai herói George Kirk (Chris Hemsworth), busca entender o que quer para si, enquanto a Spock (Zachary Quinto) recai o peso de reviver a cultura vulcana.

Os longos períodos a bordo da Enterprise tornam-nos praticamente guardiões dos valores da Federação, levando-os à beira do tédio. Mas o marasmo muda quando uma nave pede socorro em uma área desconhecida do espaço. Um embuste que os atrairá até o novo vilão Krall (Idris Elba), um humanoide de aparência réptil, que literalmente suga a força vital de humanos para se fortalecer.

Maniqueísta como todo vilão da narrativa “Star Trek”, Krall é uma figura perversa cuja missão é destruir não apenas os valores pregados pela Federação, como qualquer um que esteja sob sua guarda. A começar pela própria Enterprise, feita em pedaços por naves coordenadas como um enxame de abelhas, muito similar ao visto na produção “Ender’s Game – O Jogo do Exterminador” (2013).

Quando caem no planeta habitado por Krall, a tripulação (grande parte aprisionada) precisa se virar e evitar que o vilão construa sua arma da morte. Será quando Bones (Karl Urban) dividirá hilariantes cenas com Spock, no confronto de suas antipatias mútuas e Scotty (Simon Pegg, que também assina o roteiro) conhecerá a felina Jaylah (Sofia Boutella), peça fundamental para os planos do capitão Kirk.

As sequências no planeta inóspito, em que a equipe tenta se agrupar (e o filme perde em agilidade), é o que aproxima este terceiro episódio (e 13o filme) da essência da série iniciada na década de 1960. Há um visual retrô nas cenas, que culminam com um passeio de moto de Kirk. Surpresas e referências para quem é fascinado por “Star Trek”.

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