FolhaPress
O senador Cristovam Buarque (DF) anunciou aos seus colegas de Senado nesta quarta-feira (17) a sua desfiliação do PDT e ida para o PPS. Após finalizar seu discurso no plenário da Casa, o senador foi elogiado e exaltado por quase três horas.
Mais de 30 parlamentares se revezaram nos microfones lembrando momentos de trabalho compartilhados com Cristovam. Até então único representante do PPS na Casa, o senador José Medeiros (MT) presidia a sessão no momento em que Cristovam fez o anúncio.
"O que Vossa Excelência neste instante busca é o exercício pleno de seu mandato, que é, na verdade, a busca da consolidação das suas ideias. O PPS e as oposições ganham, e ganham muito, Vossa Excelência nesse grupamento de homens de bem, certamente terá um papel absolutamente destacado para nos orientar e ajudar a construir, não uma vitória, mas um novo caminho. Um caminho que resgate a vida pública", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ex-correligionário, o senador Telmário Mota (PDT-RR) chegou a lacrimejar enquanto se pronunciava e fez um apelo ao presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP) para que indique Cristovam para concorrer à Presidência da República em 2018.
"Eu sou o único que estou chorando aqui, os outros estão só aplaudindo. Então, eu quero aproveitar a presença do presidente do PPS, dizer que ele não proíba, que Vossa Excelência coloque o seu nome na disputa para a presidência porque está preparado e pode ter essa oportunidade. [...] O PDT hoje está de luto pela sua saída", disse.
CANDIDATURA
Apesar do apelo, tanto Cristovam quanto Freire dizem que uma eventual candidatura não entrou na negociação para que o senador se filiasse à legenda.
Aos 71 anos, o senador resolveu deixar o PDT após ter se irritado com a permanência do partido na base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff e também com o passe livre dado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao ex-ministro Ciro Gomes seja o candidato à Presidência em 2018 pela legenda -espécie de plano B para o PT, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não possa se candidatar ou os petistas não encontrem um nome para disputar o Planalto.
"Quando o PDT me abrigou, era de oposição. O presidente Carlos Lupi era um opositor radical, eu diria. Acontece que, terminada a eleição em que disputei pela oposição, o presidente Lupi conseguiu trazer o PDT para dentro do governo. Carlos Lupi virou ministro. Eu fui contra, manifestei que aquilo era um gesto que traria dificuldade para o Brasil, porque o Brasil precisava de uma formulação alternativa transformadora, e, dentro do governo, nós ficaríamos amarrados", disse.
INDEPENDÊNCIA
O PDT perdeu ainda outro senador nesta quarta. Reguffe (DF) anunciou em discurso no plenário que deixará a sigla e não se filiará a nenhum partido por, pelo menos, um ano. O objetivo do parlamentar é manter uma posição de independência.
Por também discordar das posições adotadas pelo PDT, Reguffe informou sua decisão a Lupi na tarde desta quarta.
"Respeito a decisão do partido de apoiar o governo. É uma decisão democrática, que deve ser respeitada, mas não é o que eu penso hoje que é melhor para o país. E, como eu faço política por acreditar em um ideal, não atrás de cargos e de benesses, mas atrás do que eu acredito que é melhor para o coletivo do país, me desfiliei do PDT", afirmou.
Tanto Cristovam quanto Reguffe permaneceram no PDT por 11 anos. Com a saída dos dois senadores, o partido passa a ter quatro representantes no Senado.
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