sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

BC diz que economia piorou

FolhaPress

O Banco Central avalia que não há espaço para reduzir a taxa básica de juros, apesar da expectativa de crescimento mais baixo da economia brasileira.

 O corte da taxa básica, que está em 14,25% ao ano desde julho de 2015, é uma das principais demandas de partidos e entidades ligados ao governo que defendem mudanças na política econômica.

Nesta quarta-feira (18), o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou as expectativas de um desempenho ainda pior das economias brasileira e mundial devem contribuir para a queda da inflação em 2016. Mesmo assim, a instituição avalia que "não pode descuidar de idiossincrasias e particularidades de nossa realidade", como a indexação de preços e a expectativa de inflação ainda alta neste e no próximo ano.

Mendes afirmou que esses dois fatores, somados à inflação ainda elevada neste início de ano, "não deixam espaço para uma flexibilização das condições monetárias."

O BC reafirmou que a inflação medida pelo IPCA, que estava em 10,71% nos 12 meses encerrados em janeiro, deve cair nos próximos meses. O objetivo da instituição é deixá-la abaixo do limite de 6,5% neste ano e em 4,5% no próximo.

Sobre a economia brasileira, Mendes afirmou que houve uma "abertura do hiato do produto doméstico". Ou seja, a economia brasileira terá um desempenho ainda mais baixo que o seu potencial, fator que deverá reduzir a pressão inflacionária em 2016, segundo o BC.

A instituição divulgou nesta quinta-feira (18) o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), que mostrou retração de 4,1% na economia em 2015. Relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), também divulgado nesta quinta, projeta uma retração de 4% da economia brasileira em 2016, com recuperação apenas em 2017.

A estimativa do mercado para o PIB de 2015 é uma queda de 3,8%. Para 2016, retração de 3,3%, segundo o relatório Focus do BC.

Até o começo do ano, o BC indicava que subiria os juros, mas mudou de posição no fim de janeiro, em um episódio polêmico envolvendo o presidente da instituição, Alexandre Tombini.

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