quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

“Joy” consagra o carisma de Jennifer Lawrence


Dentro e fora das telas, a jovem estrela Jennifer Lawrence tornou-se um símbolo de um novo feminismo, de um renovado empoderamento feminino. Uma das mais decididas porta-vozes pela igualdade de salários entre homens e mulheres em Hollywood, no cinema ela tem vivido heroínas, como na saga “Jogos Vorazes”, e agora, uma mulher comum que se torna empresária em “Joy: o Nome do Sucesso”.

O filme marca o reencontro do trio de atores Jennifer Lawrence, Robert De Niro e Bradley Cooper com o diretor e roteirista David O. Russell, que trabalharam juntos em “O Lado Bom da Vida”, que deu o Oscar de melhor atriz a Jennifer em 2013.

Em “Joy...”, ela está novamente indicada ao Oscar, interpretando Joy Mangano, jovem divorciada de New Jersey, mãe de dois filhos pequenos, que é a única referência racional numa família desequilibrada, da qual ela é o sustento.

Joy é criativa, inventa coisas –como uma coleira de cachorro especial, que ela não patenteia, até um esfregão auto-recolhível, que promete revolucionar a limpeza do chão e tem a vantagem de ser superbarato.

Não lhe falta garra para vender seu produto. O problema é essa carga familiar tóxica que ela não pode dispensar –mãe depressiva (Virginia Madsen), que passa o dia trancada no quarto assistindo novelas; pai instável (Robert De Niro), meia-irmã invejosa e sabotadora (Elisabeth Römm), ex-marido sonhador e ainda vivendo sob seu teto (Edgar Ramirez). Só a avó (Diane Ladd) tem uma aura, como a dela, luminosa.

Altos e baixos não faltam enquanto Joy se embrenha na selva do mundo dos negócios, em que sofre o diabo também nas mãos de sua primeira patrocinadora, a nova namorada do pai, Trudy (uma saborosamente perversa Isabella Rossellini), fornecedores desonestos, advogados incompetentes e outros obstáculos ao seu sucesso.

Vagamente baseado na vida de uma empresária real, mas devidamente embutido de toques da vida de vários outros, fora as licenças poéticas em ritmo de fábula e conto de fadas, o roteiro de Russell e Annie Mumolo não é, certamente, tão original.

O mérito, como sempre no trabalho deste diretor, está em escalar um elenco de primeira, que sustenta a atenção e se conduz com energia e carisma mesmo nas partes em que a história resvala num quase novelão –exceto pelo detalhe de que aqui não há romance na vida desta verdadeira heroína do mundo do trabalho.

Até rola um clima entre ela e Neil Walker (Bradley Cooper), executivo que lhe dá uma chance de apresentar seu produto na TV. Mas o foco da história está de fato na jornada de uma heroína incomum e adorável, por quem não se tem como não torcer, seja lá o que for que ela tem para vender.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

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