G1
Um grupo de astrônomos relatou hoje ter conseguido registrar a mais brilhante supernova -- explosão estelar -- conhecida até hoje. O evento foi detectado em junho do ano passado, mas cientistas demoraram a confirmá-lo porque não sabiam ainda a que distância estava o fenômeno.
Tendo ocorrido a 3,8 bilhões de anos luz de distância, a supernova foi registrada pelos telescópios gêmeos do projeto ASAS-SN (All Sky Automated Survey for SuperNovae), em Cerro Tololo, no Chile.
Após telescópios no resto do mundo observarem os estágios seguintes da explosão, conseguiram determinar a distância com precisão e concluíram que, a partir do brilho relativo, era possível dizer que estavam olhando para a mais violenta supernova já vista.
O brilho do evento foi equivalente à luminosidade de 570 bilhões de sóis, afirma um estudo publicado pelos astrônomos nesta quinta-feira na revista "Science". O número também é equivalente ao brilho de 20 galáxias equivalentes à Via Láctea.
A supernova foi registrada pelos astrônomos com a sigla ASASSN-15lh e continua sendo estudada pelos cientistas. Pertencente a uma classe de explosões batizadas como "supernovas superluminosas", a natureza de sua energia ainda é um mistério.
Magnetismo suspeito
Cientistas já conhecem algumas maneiras com que explosões com características semelhantes a essas supernovas -- a ausência de hidrogênio lançado ao espaço, por exemplo. Se uma estrela anã branca começar a roubar massa de uma vizinha vermelha gigante, por exemplo, sua gravidade fica tão alta que ela acaba implodindo, gerando então a supernova.
Esse tipo de explosão, porém, conhecida como de tipo I, tem características de frequência de luz diferente de ASASSN-15lh, além de serem menos energéticas.
Uma das teorias em estudo propõe que as estrelas envolvidas nas "supernovas superluminosas" seja magnetares -- objetos com campos magnéticos extremamente forte --, e que a energia de seu magnetismo contribui para a energia da explosão.
Mas tudo ainda está no campo das hipóteses.
"A quantidade absurda de energia liberada por essa supernova pressiona a teoria de formação de magnetares", afirma Benjamin Shappee, astrônomo da Instituição Carnegie, de Washington, um dos líderes do estudo, em comunicado à imprensa. "Mais trabalhos serão necessários para entender a fonte de energia desse objeto extraordinário e se há outras supernovas similares a essa Universo afora."
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