Identificado no Brasil neste ano e apontado como possível propulsor do aumento de casos de microcefalia, o vírus zika já infectou, no mínimo, cerca de 500 mil brasileiros.
O número é apresentado no novo protocolo de vigilância e resposta à microcefalia relacionada à infecção pelo zika, divulgado pelo Ministério da Saúde.
É a primeira vez que o governo realiza uma estimativa sobre o total de pessoas que adquiriram a doença, cujos registros de casos são desconhecidos -após a identificação do vírus, o Ministério da Saúde decidiu que não havia necessidade de notificação obrigatória.
A pasta, que optou por confirmar apenas a circulação do vírus nos Estados por meio da testagem de poucos casos, alega que não tem exames de sorologia para verificar todos os pacientes, nem tem como distingui-los com segurança por meio de exames clínicos, diferente do que faz com a dengue.
Segundo o protocolo, a estimativa mínima de 497.593 casos no país é calculada com base em casos descartados para dengue -que tem alguns sintomas parecidos- e "projeção com base na literatura internacional".
Mas pode ser muito maior. Diante da limitação dos dados, o documento também traz a estimativa máxima de casos de infecção por zika. Pelos cálculos, assim, o vírus pode ter atingido um intervalo de entre 497.593 até 1.482.701 brasileiros -número próximo dos registros de dengue, que levou o país a registrar uma das mais graves epidemias de sua história neste ano.
Em geral, os sintomas da infecção pelo zika são tidos como mais brandos e de menor duração do que a dengue, "prima" mais conhecida do vírus. Pacientes relatam manchas vermelhas no corpo, coceira, febre baixa ou ausência de febre. Alguns casos registram também uma espécie de conjuntivite.
Nem todos, porém, apresentam sintomas. "É importante destacar que a maior parte desses casos não irá procurar os serviços médicos por apresentar quadro assintomático", ressalta o protocolo.
LIMITAÇÕES
O cálculo da estimativa de casos de zika, no entanto, tem limitações por ter sido atrelado à dengue. Pelas projeções, São Paulo, por exemplo, teria o maior número de casos, seguido de Minas Gerais e Bahia. Secretarias estaduais de saúde, porém, estimam que o zika tenha tido liderança muito maior no Nordeste, onde os primeiros casos de infecção por zika foram confirmados.
Ainda assim, o vírus dá sinais de se espalhar rapidamente. Hoje, sua circulação já é confirmada em 19 Estados, segundo o Ministério da Saúde. O zika também tem registros em 22 países, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Recentemente, a organização lançou uma alerta mundial sobre o vírus.
O documento cita o aumento de casos suspeitos de recém-nascidos no Brasil com microcefalia, má-formação do cérebro que pode levar a problemas graves no desenvolvimento da criança.
O vírus também já foi detectado em exames feitos em pacientes diagnosticados com a síndrome de Guillain-Barré, uma doença rara que pode causar paralisia. O tempo de recuperação e a extensão das complicações variam conforme o caso.
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