Folhapress
O editor do semanal francês "Charlie Hebdo", Laurent Sourisseau, afirmou que a publicação não fará mais as polêmicas caricaturas do profeta Maomé.
A declaração, feita em entrevista à revista alemã "Stern" há duas semanas, acontece cerca de seis meses depois que militantes islâmicos armados entraram atirando na redação do jornal em Paris e mataram 16 pessoas.
"Desenhávamos Maomé para defender o princípio de que as pessoas são livres para desenhar o que quiserem. Mas é estranho que esperam que nós exercitemos uma liberdade de expressão que ninguém mais em coragem de exercitar", declarou.
"Nosso trabalho está feito, defendemos o direto à caricatura. Mas ainda acreditamos que temos o direito de criticar todas as religiões", completou o editor, que ainda disse que "os problemas do Islã também podem ser encontrados em outras religiões."
O cartunista, dono de 40% das ações do "Charlie Hebdo", estava na redação no momento do atentado e foi atingido com um tiro no ombro, mas escapou da chacina ao se fingir de morto.
Lembrando da tragédia, ele disse à "Stern" que "quando terminou, não havia som. Nenhuma reclamação, ninguém choramingando. Foi quando eu entendi que a maioria das pessoas havia morrido", afirmou.
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