quarta-feira, 27 de maio de 2015

Romário comemora prisão de Marin

Terra

Um dos maiores críticos da atual gestão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Fifa, o senador Romário não poupou adjetivos ao comemorar a prisão de José Maria Marin e de mais seis dirigentes da Fifa nesta quarta-feira . 

Em discurso calmo, mas com alvo bem definido, o ex-jogador celebrou as detenções ocorridas na Suíça e atacou o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

“Infelizmente não foi a nossa polícia que prendeu esses dirigentes da Fifa, mas alguém tinha que prender um dia, né? Ladrão tem que ir para a cadeia”, atacou Romário, nesta quarta-feira, durante a Comissão de Educação, Cultura e Esporte, em Brasília. “Gostaria de parabenizar o FBI e principalmente a polícia suíça. Espero que isto repercuta positivamente e que essas ações sirvam como exemplo para a América do Sul e para o Brasil”, acrescentou.

O tetracampeão mundial classificou Marin como “corrupto e ladrão” e afirmou que ele e outros dirigentes de federações nacionais “sujam o nosso futebol”. O principal alvo, contudo, foi o sucessor do mandatário à frente da CBF, Marco Polo Del Nero. 

O paulista de 74 anos recebeu uma chuva de críticas de Romário no momento em que o senador pediu mais apoio ao futebol feminino.

“Posso afirmar que um dos motivos para que o futebol feminino não vá para frente no Brasil é que a CBF nunca se interessou por ele. Porque até hoje o futebol feminino não deu lucro. E eles (dirigentes da CBF) não apoiam algo quê não dê dinheiro, onde não podem roubar, se enriquecer ilicitamente”, afirmou Romário.

“No ano passado, se eu não me engano, o Ministério do Esporte fez um aporte de R$ 10 a R$ 15 milhões para ajudar o futebol feminino e, por curiosidade, não foi via CBF. E sim através de uma empresa chamada Sports Promotion, que também é ligado ao atual presidente da CBF, esse safado, ladrão e ordinário Marco Polo Del Nero”, acrescentou. “A situação do futebol feminino é esta por culpa de pessoas que não estão nem um pouco interessadas em ajudar. Mas com o dinheiro lá nas contas fora do País eles estão preocupados”, completou.

Para decretar, Romário voltou a celebrar a prisão de José Maria Marin. O brasileiro e mais seis dirigentes da Fifa foram detidos por agentes do FBI nesta quarta-feira, em Zurique, na Suíça, indiciados por extorsão e corrupção. 

As acusações que a Justiça apresenta contra os réus giram em torno da "corrupção generalizada durante as duas últimas décadas", em relação à escolha das sedes para a Copa do Mundo de 2018 (Rússia) e de 2022 (Catar) e aos acordos de marketing e de direitos de televisão.

“Essa prisão do José Maria Marin é o início de um grande futuro para o nosso futebol, especialmente para a entidade mais corrupta que tem no esporte brasileiro, que é a CBF, e mundial, que é a Fifa. Esperamos que alguma coisa mude, porque existe a esperança, até minha, que o Joseph Blatter (presidente da Fifa) também seja preso. Que, definitivamente, a gente coloque no comando destas instituições pessoas que são dignas e que queiram ver o futebol caminhando como tem que caminhar”, decretou.

LISTA DOS 14 ACUSADOS NA INVESTIGAÇÃO DE CORRUPÇÃO NA FIFA

Alejandro Burzaco 50 anos argentino executivo
Aaton Davidson 44 anos americano executivo
Rafael Esquivel 68 anos venezuelano presidente da Federação Venezuelana de Futebol
Eugenio Figueredo 83 anos uruguaio ex-presidente da Conmebol
Hugo Jinkis 70 anos argentino executivo
Mariano Jinkis 40 anos argentino executivo
Nicolás Leoz 86 anos paraguaio ex-presidente da Conmebol
Eduardo Li 56 anos costarriquenho presidente da Federação de Futebol da Costa Rica
José Margulies 75 anos brasileiro executivo
José Maria Marin 83 anos brasileiro ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol
Julio Rocha 64 anos nicaraguense presidente da Federação Nicaraguense de Futebol
Costas Takkas 58 anos caimanês braço-direito do presidente da Conmebol
Jack Warner 72 anos trintino ex-presidente da Concacaf
Jeffrey Web 50 anos caimanês vice-presidente do comitê executivo da Fifa

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