Diario Corumbaense
Comerciantes e trabalhadores bolivianos e brasileiros fecharam nesta terça-feira (17) as portas de estabelecimentos na fronteira entre Brasil e Bolívia durante a mobilização contra medida do governo brasileiro, que baixa de 300 para 150 dólares a cota de produtos importados, permitida para compras no exterior sem o pagamento de impostos. A redução está prevista para entrar em vigor em julho deste ano, mas os comerciantes querem o aumento da cota para 500 dólares.
“A nossa maior preocupação é que na medida em que essa cota fica desestimulante para que as pessoas venham visitar a fronteira em busca de produtos do lado da Bolívia, os empregos diretos de brasileiros e de bolivianos, que trabalham do lado de cá da fronteira vão diminuir. Esse impacto vai gerar efeitos negativos nos dois lados, com diminuição de todos os postos de trabalho, atingindo, inclusive, o turismo, o setor de hotelaria e restaurantes. Quanto menos pessoas passam a vir para cá, menos dinheiro circula na economia de Corumbá, Puerto Quijarro e Puerto Suárez. A cota terrestre hoje é 300 dólares, vai passar para 150 dólares e a cota aérea é de 500 dólares, então, por que não 500 dólares para a cota terrestre também?”, questionou a representante da Associação do Shopping Puerto Aguirre, Lucia Philbois.
Intitulada Movimento Fronteiras Unidas, centenas de pessoas aderiram à manifestação e o comércio fechou as portas. Com faixas e cartazes, saíram em caminhada pela principal rua de Puerto Quijarro até Arroyo Concepción, na fronteira com Corumbá, onde houve um ato público. “O que nós queremos é pedir às autoridades nacionais que não tomem essa medida de redução da cota, pois isso atinge e muito o comércio local, como também a economia em Corumbá. Vai diminuir muito o movimento para os comerciantes da região”, comentou Ever Sanches, representante da Câmara de Indústria e Comércio da Província de German Bush.
“Nossa intenção é sensibilizar as autoridades brasileiras para que o intercâmbio comercial seja completo. As cotas sempre foram acessíveis para atender a população das cidades de fronteira e hoje, está havendo um retrocesso. Queremos mostrar para as autoridades que não é bom para nenhum lado porque a gente quer que os brasileiros venham comprar aqui e que a gente possa comprar no Brasil também, sem que haja tantas restrições”, disse o comerciante Jorge Davi Tocale Carneiro.
A mobilização desta terça-feira também foi realizada nas cidades da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
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