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Muito movimento e poucas vendas. É assim que o Natal de 2014 será lembrado. As estimativas dos lojistas indicam que o crescimento das vendas de fim de ano deverá ser a metade do que foi em 2013.
Nos shoppings, a expectativa é de alta de 2,5%, ante 5% de crescimento real em 2013. Nesse ritmo, será o Natal com menor expansão nas vendas em oito anos, segundo a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), que reúne 130 mil lojistas de 866 shoppings.
"Se as vendas empatarem com as do ano passado, já estaremos muito felizes", disse Luiz Augusto Ildefonso, diretor da Alshop. "As incertezas na economia deixaram o consumidor, que já estava endividado, mais inseguro."
Pelos cálculos da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a alta deve ser de 2%, ante 4% em 2013. A projeção, feita com base nas pesquisas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), contempla lojistas de shoppings e de rua.
25 DE MARÇO
Mesmo nesse clima, os paulistanos foram às lojas no último fim de semana antes do Natal. Só na região da 25 de Março, tradicional endereço de compras nessa época, circulou mais de 1 milhão de consumidores no sábado (20).
"Minha filha pediu a boneca Baby Alive, mas comprei um bebê mais simples", disse a recepcionista Nara Costa, que comprava brinquedos.
Os shoppings Tatuapé e Center Norte, dois dos mais frequentados da cidade, também estavam cheios. "Não vou comprar nada muito caro neste ano", disse a auxiliar de enfermagem Mara Cavalcante, que procurava um brinquedo para sua filha no shopping Tatuapé.
"Eletrônico, então, nem pensar."Para tentar dar saída aos novos lançamentos, a Fast Shop do Shopping Higienópolis chegou a baixar o preço dos novos televisores 4K, tecnologia que deixa a imagem ainda mais nítida que a full HD.
Um modelo de 50 polegadas que custava R$ 10 mil na semana passada já estava sendo vendido por R$ 7.500.
Mas a loja atraía menos interesse que a roda-gigante instalada no pátio central do shopping à sua frente, que recebeu 700 pessoas.
"Pode ser que esse footing (passeio, do inglês em tradução livre) vire venda até a terça", disse Ildefonso, da Alshop.
"Mas estamos bem conservadores. Os juros subiram e as pessoas estão à espera do que vai acontecer na economia com a nova equipe. Embora não tenha tanta clareza das peripécias que o governo fez, o consumidor sente que precisa ter cautela."
Além do cenário econômico desfavorável, as vendas de Natal também sofreram com antecipações de ofertas.
"Com a Copa, houve muita promoção de televisores", disse Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo. "Depois, também teve a Black Friday."
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