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O paulista naturalizado ucraniano em 2011, o jogador de futebol Edmar Lacerda, de 34 anos, está vivendo uma situação delicada. Morando na Ucrânia desde 2008, ele já defendeu a seleção do leste europeu, que não esteve na Copa do Brasil, por 11 jogos e marcou um gol. Com a relação entre Ucrânia e Rússia ficando cada vez mais áspera nos últimos meses, o brasileiro foi chamado para servir o exército ucraniano. A convocação aconteceu cerca de uma semana após um míssil abater em terras ucranianas o voo MH17 da Malaysia Airlines.
Edmar é casado com uma ucraniana. Ele chegou ao país do leste europeu em 2002 para defender o Tavriya, clube pelo qual jogou por seis temporadas até transferir-se para o Metalist. Em entrevista a jornais ucranianos, o brasileiro contou ter ficado surpreso com a notícia, mas que acredita que não precisará servir.
- Eu fui até o clube, eles me orientaram e devem resolver a questão. Eu não sei se outros companheiros de equipe também receberam a intimação, não disse nada para ninguém. Minha esposa estava com muito meso, mas eu tranquilizei-a. Vai ficar tudo bem, vou voltar a treinar e em breve começará o campeonato - disse Edmar, que não tem a menor intimidade com a vida militar. - Jogar futebol é a única coisa que sei fazer.
Edmar não é exceção. Estima-se que cerca de 50 brasileiros atuem como jogadores profissionais na Ucrânia. Até o segundo semestre de 2013, o país era uma boa opção para os brasileiros que não tinham mercado nas principais ligas europeias. No entanto, a situação começou a se complicar com as manifestações populares e a crise da Crimeia.
Nesse último fim de semana, cinco brasileiros e um argentino que jogam no Shakhtar Donetesk decidiram não voltar junto com o time para a Ucrânia após um amistoso contra o Lyon, na França. Alex Teixeira, Fred, Dentinho, Douglas Costa, Ismaily e o argentino Facundo Ferreyra alegaram não se sentir seguro no leste europeu. A decisão irritou o proprietário do clube, Rinat Akhmetov, que ameaçou os atletas com uma punição dura. No entante, diferentemente de Edmar, esses jogadores não possuem nacionalização ucraniana. Portanto, não correm o risco de serem convocados para prestar serviço militar.
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