Exame
O Snapchat levou um puxão de orelha da Federal Trade Commission (FTC), órgão regulador do governo americano. O motivo da bronca é o fato do app não ser tão seguro quanto anuncia.
Como se sabe, o Snapchat é um serviço online criado para troca de fotos e vídeos entre usuários. Entretanto, o principal diferencial da rede social seria o fato do conteúdo sumir do gadget de quem o recebe logo após ser visto.
Porém, de acordo com a FTC, há várias maneiras de recuperar o que é compartilhado pelo Snapchat. E, para o órgão, isso deturparia o caráter essencial do aplicativo.
"Se uma companhia vende privacidade e segurança como pontos-chave do seu serviço, o básico é que ela cumpra essas promessas", afirmou Edith Ramirez, comissária do FTC, em nota sobre o assunto.
Brechas
Segundo o FTC, gadgets da Apple com sistema operacional anterior ao iOS 7 permitem que fotos e vídeos compartilhados pelo Snapchat sejam facilmente recuperados.
Além disso, o órgão relata que é possível acessar o Snapchat por meio de outros apps. Eles são capazes de salvar o que passa pelo o Snapchat - embora a empresa não advirta seus usuários sobre isso.
O FTC afirma que 10 destes aplicativos já registraram cerca de 1,7 milhão de downloads na Google Play, loja de apps para sistema operacional Android.
O arquivamento dos vídeos que compartilham por meio do app e a exposição involuntária da geolocalização (no caso de quem usa Android) são outros riscos que quem usa Snapchat estaria exposto sem saber, de acordo com o FTC.
Acordo
A princípio, o Snapchat foi advertido de todos estes problemas pelo FTC e assinou um acordo, que prevê multas de até 16 mil dólares caso estas pendências não sejam resolvidas.
"Estamos aplicados em promover a privacidade dos usuários e dar a eles o controle sobre como e com quem se comunicam. Isto é algo muito importante para nós", afirmou o Snapchat em nota divulgada ontem.
No fim do ano passado, uma falha de segurança já havia causado o vazamento de dados de 4,6 milhões de usuários do Snapchat.
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