Correio24horas
O Walmart, maior rede varejista do mundo, decidiu arrumar a casa no Brasil e na China, mercados considerados, até pouco tempo atrás, como os mais promissores entre os emergentes. Até dezembro, serão fechadas no Brasil entre 20 e 25 lojas, a maior redução de pontos de venda desde a estreia da rede no País, em 1995. Para a China está previsto um corte equivalente. Ao todo, serão desativadas 50 lojas nos dois países.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 15, durante o encontro anual com investidores na sede da empresa em Bentonville, no Estado de Arkansas, nos Estados Unidos. O presidente executivo da rede, Mike Duke, afirmou que o cenário econômico atual é “difícil” e “imprevisível” no mundo inteiro. Na apresentação, a direção mundial da empresa destacou que o Brasil vem tendo retorno sobre investimentos menor que a média das operações internacionais da companhia, mas considerou que são grandes as oportunidades de melhoria no País.
Em 2012, o Walmart Brasil faturou R$ 25,9 bilhões e ocupou o sexto lugar entre os mercados nos quais a rede atua, seguido pela China. No Brasil, a direção da empresa informou, por meio de nota, que até o fim do ano serão fechadas lojas com baixo desempenho. Segundo o comunicado, as unidades estão distribuídas pelo País e são principalmente de pequeno e médio portes.
O jornal O Estado de S.Paulo apurou que a maior parte das lojas fechadas será de vizinhança, sob a bandeira TodoDia, e de atacarejo (Maxxi, lojas que misturam atacado e varejo), podendo estar na lista lojas de hipermercados do Rio de Janeiro. A ênfase no enxugamento deve ser nos pontos de venda localizados no Sul do País. Hoje a rede tem 560 lojas em 18 Estados. Desse total, 180 lojas são de vizinhança e 60 são atacarejos.
O número de lojas de vizinhança supera o total de hipermercados (141) e também o de supermercados (150). Especialistas observam que a rede deve ter escolhido esses dois formatos para ajustar os resultados porque a expansão foi muito acelerada neste tipo de loja nos últimos cinco anos. Para o consultor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo, Brasil e China são mercados diferentes, mas nos últimos anos tiveram em comum a forte expansão.
O ajuste nesses dois mercados ocorre por causa do menor ritmo de crescimento do varejo nessas economias.
Compensação
Em nota, o Walmart Brasil destacou que pretende abrir 22 novas lojas no Brasil ainda neste ano e reformar mais de 40 unidades, com investimentos de cerca de R$$ 1 bilhão em 2013. Com o enxugamento de lojas no País, serão cortados cerca de 1,5 mil postos de trabalho. Mas a empresa acredita que poderá “oferecer outra oportunidade de emprego para os funcionários dessas lojas em outras unidades da rede”.
No entanto, analistas de mercado duvidam que isso seja possível, por causa da desaceleração do varejo. Para o presidente do Conselho do Programa de Administração de Varejo (Provar), Claudio Felisoni de Angelo, a decisão da maior varejista do mundo de colocar o pé no freio ocorreu em resposta a dois fatores: ao ritmo mais lento de vendas nos EUA e às incertezas em relação ao desempenho dos mercados emergentes.
“O Walmart está revendo o posicionamento estratégico para se firmar onde está consolidado”, disse ele. Durante a conferência ficou claro que a companhia também espera reduzir o ritmo de abertura de lojas no México e na Índia. A projeção de investimentos do Walmart Internacional foi cortada em US$$ 500 milhões.
Em vez dos US$ 4,5 bilhões projetados de investimentos fora dos EUA anteriormente, serão aplicados US$ 4 milhões. A empresa informou, porém, que continua investindo na abertura de lojas nesses países. Os investimentos totais da varejista, incluindo os EUA, foram reduzidos em US$ 200 milhões no ano fiscal que se encerra em janeiro de 2015. A companhia também espera reduzir as inaugurações de lojas de grande porte no mercado americano e acredita que as vendas líquidas vão variar entre US$ 475 bilhões e US$ 480 bilhões, com crescimento de 1,2% a 2,3% em relação ao ano anterior.
O Walmart vem sofrendo com vendas mais fracas nos EUA na medida em que consumidores têm dado preferência para comprar itens de maior valor, como veículos. Assim como os concorrentes, a companhia vem registrando queda no número de clientes que visitam as lojas, o que é uma preocupação diante da proximidade das festas de fim de ano. A direção mundial destacou que espera progredir nos mercados emergentes com maior integração com as operações de comércio eletrônico. “Estamos confiantes de que, com maior integração com o e-commerce, vamos ter um cenário sólido de crescimento”, disse o presidente internacional Doug McMillon. (Colaborou Dayanne Sousa, com agências internacionais)
|
Divulgação de acontecimentos culturais, na cidade de Campo Grande MS, e Estado, shows,teatro,cinemas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário