Um novo estudo publicado esta semana na revista Nature indica que existe uma relação grande entre o aquecimento global o fenômeno climático El Niño.
O El Niño - nome informal da Oscilação El-Niño Sul (ENSO, na sigla em inglês) - ocorre no Oceano Pacífico e tem um impacto importante em todo o sistema climático mundial. Com ele, as regiões Leste e tropical do Pacífico sofrem forte aquecimento.
Outro fenômeno - o La Niña - provoca o esfriamento das mesmas regiões.
Como em uma banheira, as águas quentes e frias do Pacífico se chocam. Isso é responsável pelos padrões de chuva na Austrália e em diversas regiões ao redor da linha do Equador, no Pacífico.
Os efeitos deste choque também são sentidos em regiões distantes. A fase mais quente do El Niño provoca invernos mais chuvosos no Sul dos Estados Unidos.
Por anos, cientistas estavam preocupados com a forma pela qual o El Niño poderia ser afetado pelo aquecimento global, com temperaturas médias maiores em todo o Planeta.
Na pesquisa, publicada esta semana, os cientistas fazem uma projeção de como os dois fenômenos - aquecimento global e El Niño - se relacionam. A conclusão é que as mudanças climáticas intensificam os efeitos do El Niño.
O principal autor do estudo, o pesquisador Scott Power, do Australian Bureau of Meteorology, afirma que o aquecimento global interfere na forma como o El Niño afeta as chuvas no mundo.
O modelo mostra que, com o aquecimento global, as chuvas provocadas pelo El Niño se deslocam do Oeste do Pacífico para a região tropical central e Leste.
Um cientista que não participou da pesquisa - Wenju Caum, da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation - disse que o estudo é importante, porque as projeções feitas por computador parecem apresentar resultados mais substanciais.
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