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Imagens de radar obtidas por cientistas da agência espacial americana (Nasa) na noite de quarta-feira (29) revelam que o asteroide 1998 QE2 – que passará pela Terra nesta sexta-feira (31), às 17h59 de Brasília – tem sua própria lua.
A sequência de fotos foi feita pelo Observatório Goldstone, localizado no Deserto de Mojave, na Califórnia, em um período de duas horas. Naquele momento, o asteroide estava a 6 milhões de quilômetros da Terra.
Nesta sexta, o objeto deve se aproximar no máximo a 5,8 milhões de quilômetros daqui, o equivalente a uma distância de 15 vezes entre o nosso planeta e a Lua. Esse será o ponto que ele chegará mais perto de nós pelos próximos dois séculos, pelo menos.
Segundo as imagens, o 1998 QE2 faz parte de um sistema binário, ou seja, formado por dois objetos que se orbitam mutuamente. Enquanto o asteroide tem 2,7 quilômetros de diâmetro (tamanho de nove navios transatlânticos Queen Elizabeth 2), seu satélite tem 600 metros de diâmetro.
As observações de radar foram lideradas pela cientista Marina Brozovic, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia.
Apesar de não representar perigo, o 1998 QE2 pode ser um objeto interessante de estudo, entre esta quinta-feira (30) e o dia 9 de junho, para os astrônomos que tiverem um telescópio de radar de pelo menos 70 metros de comprimento.
Esse objeto foi descoberto em 19 de agosto de 1998, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Segundo o cientista Lance Benner, também do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, uma série de imagens de alta resolução podem revelar detalhes sobre o 1998 QE2.
"Sempre que um asteroide se aproxima, ele fornece uma importante oportunidade científica para estudá-lo e entender seu tamanho, forma, rotação, características da superfície e origem", explicou.
Monitoramento constante
A Nasa estabeleceu como alta prioridade o monitoramento de asteroides e cometas, e os EUA têm o maior programa de levantamento de objetos próximos à Terra do mundo – uma parceria entre agências governamentais, astrônomos de universidades e institutos de ciência. Até hoje, o país já identificou mais de 98% do total desses corpos conhecidos. E só no ano passado, o orçamento da Nasa para esse fim aumentou de R$ 12 milhões para R$ 40 milhões.
Em 2016, a Nasa planeja lançar uma sonda em direção ao asteroide potencialmente mais perigoso de que se tem notícia, chamado 1999 RQ36, ou 101955 Bennu. A missão Osiris-Rex também planeja fazer reconhecimentos em todos os objetos ameaçadores recém-descobertos. Além de monitorar possíveis ameaças, o aparelho poderá revelar detalhes sobre a origem do Sistema Solar, da água na Terra e das moléculas orgânicas que levaram ao desenvolvimento da vida.
Recentemente, a agência americana anunciou ainda que está desenvolvendo uma missão para identificar, capturar e mudar de rumo um asteroide para exploração humana.
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