sexta-feira, 29 de março de 2013

Uso de esmaltes na infância aumenta o risco de alergia


Os pequenos costumam copiar os hábitos dos adultos. Desde aprender a como se comportar em público até como se vestir. E as unhas coloridas nas mãos das mulheres em revistas encantam principalmente as meninas. Atentos a isso, os salões de beleza especializados em crianças também vêm se multiplicando. No entanto, a recomendação médica é que as visitas à manicure não se tornem um hábito na infância como são na vida adulta.

A presidente do Comitê de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria Cláudia Márcia Resende Silva explica que quando a criança começa a usar esmaltes ainda cedo o risco de desenvolver alergias é maior. “O esmalte é alergênico, mas a alergia não surge na primeira vez em que se usa o esmalte, demora um certo tempo pra aparecer. É uma dermatite de contato alérgica. E quanto mais cedo começa a usar maior a chance de desenvolver esse problema” explica Cláudia.

A pediatra explica que os únicos itens necessários para cuidar das unhas dos pequenos são um cortador de unhas e uma lixa, que devem ser exclusivos da criança para evitar contaminações. Caso a criança seja levada a um salão de beleza, os pais devem ficar atentos. Os materiais devem ser esterilizados e as manicures não devem tirar a cutícula das unhas. “Não tirar a cutícula deveria ser um hábito de todo mundo na verdade, inclusive do adulto” diz Cláudia.

Produtos especiais
Outra recomendação é que o esmalte utilizado seja um produto especialmente desenvolvido para crianças, que sai com água e sabão. No entanto, a opção por esse produto nem sempre acontece. “Depende dos pais, na verdade. Há mães que preferem o infantil, outras preferem o adulto mesmo, porque o produto de criança não fixa, e eles querem usar o que dura mais”, comenta Cintia Maria Vieira dos Santos Adelino, cabelereira do Star Kids Salão de Beleza Infantil, de Vitória (ES).

As doenças com as quais os pequenos podem se infectar vão desde machucados localizados, nas unhas ou nas mãos, até doenças graves, como a hepatite. “Se vai a um salão com material esterilizado, não tira a cutícula e usa esmalte para criança, não tem muito problema, mas o melhor mesmo seria não incentivar”, indica Cláudia.

Não existe uma idade apropriada em que as meninas comecem a ir à manicure. Normalmente, seria na pré-adolescência, mas quanto mais tarde começarem a utilizar esmalte menor as chances de desenvolver alergia ao produto. 

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