O presidente da Associação da Comunidade Indígena da Reserva Kadiwéu , Ambrósio da Silva, procurou a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) nessa sexta-feira (11), em busca de parceria na profissionalização dos moradores da aldeia Bodoquena, em Porto Murtinho. Ambrósio justificou que há necessidade de atualização nas técnicas relacionados à produção rural, para que a atividade, principal fonte de renda, leve à independência econômica dos indígenas de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o dirigente, 2,5 mil indígenas habitam a aldeia Bodoquena e cada família dispõe de dois hectares para a produção de arroz, mandioca, feijão e milho, cultivados em sistema de subsistência. Os Kadiwéus de Porto Murtinho também se dedicam à pecuária e já somam rebanho de 2,3 mil cabeças de gado, que ainda não são comercializadas.
“O que me conduz a ter coragem da busca pela profissionalização é a questão da inserção da população indígena nos benefícios de quem desenvolve uma atividade econômica. Não sou treineiro, estou buscando parceria com a Famasul porque enxergo a necessidade de nos inserirmos em um ciclo de busca e renovação de conhecimento. Precisamos nos capacitar para nos tornarmos competitivos, sempre em busca de inovação tecnológica”, afirma o presidente e estudante de Letras, Ambrósio da Silva.
Além da busca pela profissionalização no campo, o presidente da ACIRK defende a busca por tecnologias que desenvolvam as habilidades dos indígenas em outros setores. “Quero estar com tablet, subindo em tribunais e defendendo meu povo. Já arranhamos o inglês e falamos espanhol e é essa inovação que a sociedade indígena precisa”.
A coordenadora da unidade educacional no Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Rosário de Almeida, recebeu os indígenas e ressaltou que além do benefício intelectual, a atitude de Ambrósio pode incluí-los no agronegócio do Estado. “Vejo com bastante positividade a atitude do indígena buscar conhecimento e a instituição se coloca a disposição para contribuir com a capacitação técnica e científica. Com isso o Senar/MS reafirma o compromisso de disponibilizar conhecimento, que contribui para o aumento da capacidade de produção e autonomia da aldeia”.
Junto com o presidente da ACIRK, Ambrósio da Silva, também estavam o indigenista aposentado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), Juraci Almeida de Andrade, e o professor indígena, Gilberto Pires.
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