quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Diárias de hotéis até 71% mais caras na Jornada da Juventude


 Globo
A maior diferença foi verificada nas diárias do Canadá Hotel, em Copacabana. A tarifa de um quarto para três pessoas para o período de 16 a 21 de julho estava ontem em R$ 364. Na semana seguinte, no período da jornada, a diária passava para R$ 623 (71,1% a mais). Indicada pela direção, a gerente do setor de reservas do hotel não foi encontrada para comentar a diferença entre os valores cobrados.

A jornada promove uma campanha para incentivar a hospedagem gratuita de peregrinos. Mas contratou duas agências como representantes oficiais para os pacotes. Mais de 500 peregrinos, principalmente dos Estados Unidos, já fecharam contratos.

Os preços dos hotéis acenderam o sinal de alerta na Embratur. O presidente da entidade, Flávio Dino, que também encomendou uma pesquisa de valores, convocou uma reunião amanhã, em Brasília, para discutir tarifas com representantes do setor hoteleiro. Nesse caso, o objetivo é discutir não só os preços durante a jornada, mas as diárias das cidades-sede durante a Copa das Conderações (15 a 30 de junho deste ano). Pela pesquisa da Embratur, no caso do Rio, as tarifas durante a jornada estarão 39,3% mais altas, em comparação com as de março. Durante a Copa, em relação ao mesmo mês, a diferença chega a 18,1%.

Na Rio+20, outra polêmica

Segundo a Embratur, a diária média durante a jornada chegaria assim a US$ 266 (cerca de R$ 530). A nova polêmica ocorre um ano depois da discussão criada pelos valores de pacotes para a Rio+20, realizada em junho de 2012. Na época, a venda foi feita por uma agência contratada pelo governo federal. Os preços acabaram sendo reduzidos em 60%.

Flávio Dino não quis dar entrevistas antes da reunião. No Rio, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-Rio), Alfredo Lopes, criticou o estudo da Embratur. Ele alegou que a comparação seria injusta, ao cruzar dados de diárias da alta temporada com os preços do início de março, quando a taxa de ocupação dos hotéis é menor.

— A Embratur deveria se preocupar em promover o país no exterior e gerar mais demanda de turistas para o Brasil. Os custos das tarifas são um reflexo da demanda por quartos dos hotéis na alta temporada e também da economia do país de uma forma geral — criticou Alfredo Lopes.
O secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, acredita que as tarifas dos megaeventos ainda seriam inferiores às cobradas durante o carnaval. Mas diz que a União tem razão ao se preocupar:

— Com ou sem demanda, se o valor da diária for muito alto, isso será um problema a mais para qualquer campanha que promova o turismo no Brasil.

Entre os hotéis pesquisados pelo GLOBO, estavam o Novo Mundo (Flamengo), cujas diárias em julho variaram de R$ 452 para R$ 502 (11,06%); o Ramadá Riocentro, onde os valores subiram de R$ 628 para R$ 736 (17,7%); o Arena Copacabana, onde as diárias passaram de R$ 535 para R$ 642 (20%); e o Rio Design Hotel, em Copacabana, onde os valores foram de R$ 375 para R$ 617 (64,3%). O único hotel consultado com tarifa mais baixa durante a jornada foi o Atlântico: R$ 448, contra R$ 502 da semana anterior. Os hotéis Copacabana Palace (R$ 1.040) e Sol da Barra (R$ 507) tinham os mesmos preços.

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