Teve início ontem (14) e segue até domingo (16) o Encontro do Centro-Oeste da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas e o seminário da Film Commission no Memorial da Cultura, na capital. O encontro é promovido pela Associação de Cinema e Vídeo de Mato Grosso do Sul (ACV-MS) e conta com o apoio das Fundações de Cultura e de Turismo de Mato Grosso do Sul (FCMS e Fundtur) e da Fundação Municipal de Cultura (Fundac).
O evento tem uma rica programação, com palestras, debates, lançamento de livros e mostra de vídeos.
As Film Commissions são organizações público-privadas, sem fins lucrativos, que se propõem a ajudar os profissionais da área audiovisual e a atrair equipes de produções audiovisuais para filmar em seus territórios de atuação. Em termos gerais, oferecem todo tipo de suporte para que tais produções ocorram da maneira mais eficiente e tranquila possível.
A abertura contou com a presença da senadora Marisa Serrano; do presidente da FCMS, Américo Calheiros; do presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, Roberto Figueiredo; do presidente da ACV-MS, Cândido Alberto da Fonseca, do cineasta David Cardoso, além de roteiristas, produtores, diretores, jornalistas, publicitários, escritores, estudantes, pesquisadores, representantes do poder público e demais interessados no desenvolvimento do setor audiovisual no estado.
O evento abrange as perspectivas, metas e investimentos para a produção audiovisual na região Centro-Oeste, mais precisamente em Mato Grosso do Sul, além da formação e implantação de uma Film Commission no Estado. Produtores de cinema e vídeo estão relatando e debatendo com os participantes desafios e soluções para o incentivo às produções no Brasil, em âmbito global, regional e local.
Ao final do encontro, será redigida a Carta de Campo Grande, com propostas para o setor, documento que será apresentado aos governadores dos estados do Centro-Oeste. Paralelamente, o encontro da Film Commission deve discutir formas de incentivar a produção de filmes em solo sul-mato-grossense respeitando algumas normas, como a contratação de equipes técnicas locais e a apresentação de pontos turísticos aos produtores de outros estados como forma de divulgar o potencial do Estado enquanto cenário de grandes produções.
Durante a abertura, a senadora reafirmou o compromisso de apoiar a produção cultural do Estado, enquanto membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado: “Discutir a criação da Film Commission é extremamente importante para que Mato Grosso do Sul não seja usado apenas como cenário. Ter nossos profissionais do audiovisual fazendo parte da produção cinematográfica qualifica e fomenta as produções locais. Assim teremos uma valorização do setor, para que possamos formar um pólo cinematográfico no Estado”.
Américo Calheiros destacou as atividades que o Governo do Estado, através de sua Fundação de Cultura, vem realizando no sentido de difundir e fomentar o audiovisual em todo o Mato Grosso do Sul: “A reunião tem a intenção de abordar políticas e benefícios para o audiovisual do Centro-Oeste tratando da criação do Film Commissions para dar suporte às produções que venham ao nosso Estado. Isso fortalece a demanda dos nossos profissionais, alem de deixar recursos para a economia local”.
Experiência em grandes produções
Em seguida, iniciou-se o ciclo de palestras com o presidente da Coalizão pela Diversidade Cultural, Geraldo Moraes, com o tema “O panorama diverso da cultura audiovisual”. Em seguida, a produtora executiva Assunção Hernandez, da Raiz Produções, explanou sobre “O processo produtivo do audiovisual”. O presidente da ABRAFIC (Aliança Brasileira de Film Commissions do Brasil) e do município de São Paulo, Eder Mazini, palestrou sobre o tema “A experiência Paulista”.
Ivan Teixeira, da Nation Filmes, explanou sobre sua experiência em filmes publicitários e grandes produções como “Ensaio sobre a cegueira”, “Os Mercenários”, entre outros, explicando a necessidade da existência de locações estratégicas, dotadas de infra-estrutura e logística e da boa relação custo-benefício. “A Film Commission entende a atividade audiovisual como um negócio, que deve atrair divisas, gerar empregos, ocupação de hotéis, aluguel de locais pra filmagens, aluguel de carros e todas as atividades de que a indústria audiovisual se utiliza, que gerem recursos diretos ou indiretos, além, é claro, da exposição na mídia de um modo geral”, esclarece Ivan.
O produtor amazonense Chicão Fill relatou suas experiências em realizar grandes produções internacionais na Amazônia, dentre elas os filmes “Anaconda”, “Tainá, uma aventura na Amazônia”, a minissérie "Amazônia, de Galvez a Chico Mendes", reality shows e séries para a National Geographic, BBC, Discovery Channel, entre outras: “Além de ter uma grande rede de contatos e ser proativo, é imprescindível ter uma equipe que fale línguas estrangeiras”.
A presidente da Brasília Film Commission, Ana Cristina Costa e Silva, destacou os desafios e soluções para a formação e implantação da entidade, citando a experiência de várias cidades brasileiras. Ela também lançou os livros Benchmarking Turismo Cinematográfico - Nova Zelândia: Um Estudo de Caso e Benchmarking Exportando Locações - África do Sul: Um Estudo de Caso; ambos de autoria de Ana Cristina Costa e Silva e Rita Paludetto.
Leandro Cunha, presidente da ABD Goiás, descreveu sua experiência na palestra “Nossa atuação em Goiás e as relações com o SEBRAE”. Fechando o primeiro dia de evento, o vice-presidente da ACV-MS, David Cardoso, ministrou a palestra “A Reconstrução do Sonho de Fazer Cinema”, e exibiu curta-metragens produzidos recentemenre em Mato Grosso do Sul.
Neste sábado, a programação tem continuidade neste sábado a partir das 8h30 até às 20 horas. À noite os participantes seguem para Bonito para conhecerem alguns possíveis cenários e a infra-estrutura do Estado.
Serviço
O Encontro acontece no auditório do Muarq (Museu de Arqueologia da UFMS), que fica no Memorial da Cultura, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 1º andar.
A programação do evento está disponível no site da ACV/MS: http://acvms.blogspot.com/
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