Na próxima semana, de terça a sexta-feira (22 a 25), a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) exibe o Circuito Nordeste na programação de setembro do "Cine Brasil – Curtas e Longas no Centro", projeto que disponibiliza filmes e vídeos em formato de curta e longa-metragem, gratuitamente, através da Programadora Brasil. As exibições acontecem no Centro Cultural José Octávio Guizzo, toda última semana do mês, às 18h30. O Circuito Nordestino aborda a vida de alguns personagens que marcaram a história brasileira, mostrando o cotidiano do povo nordestino.
Na terça-feira (22), será exibido o filme “Coronel Delmiro Gouveia” (90’/RJ/Ficção/1978/12 anos), com direção de Geraldo Sarno. Em fins do século XIX, Delmiro Gouveia, rico comerciante e exportador do Recife, sofre perseguições políticas. Seu estilo arrojado e aventureiro lança contra ele muitos inimigos, inclusive o governador do Estado. Falido e perseguido pela polícia do governador, Delmiro refugia-se no sertão e recomeça sua atividade de exportador de couros. Monta uma fábrica de linhas de costura, aproveitando a energia elétrica da usina que constrói na Cachoeira de Paulo Afonso e o algodão herbáceo nativo na região. Os ingleses da Machine Cottons, ex-senhores absolutos do mercado, enviam emissários para negociar a situação criada. Delmiro nega-se a vender ou associar-se. É assassinado em 10 de outubro de 1917. Em 1929, a fábrica é adquirida pelos ingleses, destruída e lançada nas águas da Cachoeira de Paulo Afonso. No mesmo dia, vai ser exibido o filme “Delmiro Gouveia: O Homem e a Terra” (90’/BA,SP,RJ/Ficção/1971/12 anos), com direção de Geraldo Sarno, que relata os aspectos da vida e obra do nordestino Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, natural do Ceará. Seu trabalho é pioneiro em Alagoas, iniciando a revolução industrial e hidráulica, ou planificando a eletrificação da região com o aproveitamento da força motriz da Cachoeira de Paulo Afonso.
Na quarta-feira (23), é a vez do filme “Milagre em Juazeiro” (83’/CE/DOC/1999/Livre), com direção de Wolney Oliveira. Em 1889 no Ceará, Padre Cícero Romão Batista, pároco de Juazeiro do Norte, administra a comunhão aos fiéis. Entre eles está Maria de Araújo, mulher simples e religiosa. Quando recebe a hóstia das mãos do Padre e pousa em sua boca, a transforma em sangue. Milagre? O fenômeno se repete e se consolida a crença de que o Padre é um Santo e a beata Maria de Araújo, um instrumento de Deus. As primeiras romarias começam a chegar a Juazeiro. O milagre pouco ortodoxo e de tanto apelo popular não agradou à Igreja Católica Apostólica Romana. Padre Cícero se vê privado dos misteres religiosos. Morre sem conseguir a absolvição, mas seu poder político perdura enquanto vive. A polêmica continua até hoje. Juazeiro do Norte é cenário de uma das maiores romarias do Brasil e Padre Cícero é venerado como um verdadeiro santo. Em seguida será exibido o filme “Padre Cícero” (10’/RJ/DOC/1972/Livre), com direção de Geraldo Sarno. O Padre Cícero, antigo líder religioso, ligado à formação social, política e econômica do Vale do Cariri é homenageado pela população local e pela multidão de romeiros que ali percorre. Com aproveitamento de material cinematográfico da época (1925), em que o padre recebe visita das mais altas autoridades do Estado, em companhia de seu protegido o deputado Federal Floro Bartolomeu, para inaugurar sua própria estátua em praça pública, o filme mostra o uso que se fez da imagem do velho patriarca bondoso, pai dos pobres e protetor dos desvalidos. Mostra também como os anseios de sua população de romeiros estão cristalizadas em ritos de veneração a essa imagem.
Na quinta-feira (24), será o exibido o filme “Uma Questão de Terra” (80’/PB/DOC/1988/Livre), com direção de Manfredo Caldas. Ele aborda o assassinato da líder camponesa Margarida Maria Alves, analisando os diversos níveis de violência no campo. Ao dar voz aos trabalhadores rurais, questiona-se, de maneira contundente, o problema fundiário no País, especificamente no Estado da Paraíba. O documentário culmina com os três dias de votação da reforma agrária na Assembléia Nacional Constituinte de 1988. Em seguida é exibido o filme “Cinema, Aspirinas e Urubus” (99’/PE/FIC/2005/14 anos), com direção de Marcelo Gomes. Em 1942, no meio do sertão nordestino, dois homens se encontram: Johann, um alemão que fugiu da Guerra, e Ranulpho, um brasileiro que quer escapar da seca que assola a região. Viajando de povoado em povoado, eles exibem filmes para pessoas que já haviam conhecido o cinema, para vender um remédio “milagroso”. Continuando a cruzar as estradas empoeiradas de um sertão arcaico, eles buscam novos horizontes em suas vidas. Nesta jornada, os dois aprendem a respeitar as diferenças e surge entre eles uma amizade incomum, mas que marcará suas vidas para sempre.
Na sexta-feira (25), para finalizar o projeto, será exibido o filme “A Pedra da Riqueza” (16’/PB,RJ/DOC/1976/Livre), com direção de Vladimir Carvalho. A partir de depoimentos dos próprios garimpeiros, o documentário procura compreender o processo primitivo do trabalho de garimpo da xelita, nas minas da região do vale do Sabugi, Paraíba, consideradas umas das mais importantes do mundo. Enfoca as rudimentares condições de vida desses trabalhadores, num sistema de trabalho quase primitivo, sem carteira de trabalho, assistência médica ou social e que desconhecem o valor e o destino da matéria-prima que extraem: o tungstênio, utilizado nos mais sofisticados e complexos instrumentos da tecnologia nuclear. Após será exibido o filme “O crime da imagem” (13’/PE/FIC/1992/14 anos), com direção de Lírio Ferreira, que conta uma viagem simulada por um sertanejo desconfiado da fidelidade da esposa, e que tem desfecho trágico. É um episódio lendário sobre Antônio Conselheiro, antes de se tornar um líder político-místico-religioso.
Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural José Octávio Guizzo, na rua 26 de Agosto, 453 ou pelo telefone 3317-1792.
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