Acontece desde ontem (24) o 3º Canasul – Congresso de tecnologia na cadeia produtiva da cana-de-açúcar em MS, que discute os assuntos mais atuais ligados ao setor sucroalcooleiro. Nesta terça-feira (25), uma das palestras abordou o mercado de crédito de carbono, desde o surgimento até as perspectivas para os próximos anos.
O termo crédito de carbono surgiu a partir do Protocolo de Kyoto, assinado em 2005, que obriga os países a reduzirem a emissão de gás carbônico em 5%. Esta redução passaria a valer entre 2008 e 2012; 179 países aderiram, menos os Estados Unidos, um dos principais poluidores do planeta.
Assim, créditos de carbono são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono. Este crédito pode ser negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros.
“Os dados de crédito de carbono dão prova de que investir no etanol é um negócio que movimenta a economia e permite compensar o impacto no meio ambiente”, afirma José Roberto Moreira, professor da USP e membro do conselho do Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele complementa citando o caso da descoberta de petróleo na camada pré-sal. “Aplicar recursos na extração de petróleo é ufanismo. Podem ser 30 anos de riqueza, e depois uma eternidade de tristeza”, profetiza José.
No mercado de crédito de carbono, as indústrias possuem um limite de emissão de gases. Quando ultrapassam tal barreira, é preciso adquirir créditos de carbono, que são oferecidos por outras indústrias que conseguiram reduzir a emissão dos poluentes.
Segundo o palestrante desta tarde, o Estado possui potencial para produzir 1 milhão de toneladas de CO2 (dióxido de carbono) ou popularmente conhecido como gás carbônico. O cálculo foi feito a partir das 21 unidades de produção de etanol instaladas no Estado, sendo 14 em funcionamento e outras sete em processo final para início das atividades.
Como exemplo, um automóvel emite, no período de três a quatro meses, uma tonelada de CO2. Na contramão, um hectare de floresta absorve de 150 a 200 toneladas de gás carbônico.
O Canasul é realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do MS (Famasul), com apoio do governo do Estado por meio da Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur).
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