A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) inaugura na próxima quinta-feira (18), a partir das 19h30, as exposições dos artistas plásticos Gejo (SP) e David Nunes (MS). As mostras irão acontecer na Grande Galeria do Memorial da Cultura e da Cidadania, e integram o projeto “Território Ocupado”, destinado a artistas que ao longo do tempo legitimaram suas práticas na pintura, desenho, gravura e outras atividades nas artes plásticas.
Gejo
O grafiteiro Geovaldo José, 33, mais conhecido como Gejo, iniciou seu trabalho nas ruas em 1989, com pixos, grapixos e frases de protesto. Época em que começava a se identificar com a cultura hip-hop. Com o passar do tempo absorveu outras formas de intervenção dentro da \'\'Street Art\'\', como stencil, lambe-lambe, stickers, nos mais variados suportes, como carros abandonados muros, casas, sucata, poste ou tela.
Levar o graffiti para as escolas foi outro desafio. Em 1996 começou um projeto piloto, que foi absorvido por escolas e organizações não governamentais (ONGS). Com suas iniciativas contribuiu diretamente com a divulgação do Hip-Hop brasileiro, tornando estes produtos mais acessíveis à realidade brasileira. Em 2002 criou e produziu a exposição Writers SP, no Mube (Museu Brasileiro da Escultura), ministrando oficinas de graffiti. Fez dezenas de estudos sobre graffiti e Hip-Hop além de produzir sites de cultura urbana, revistas e outras mídias. Atualmente expõe seus trabalhos, coletivamente, na Câmara dos Deputados (DF), mas, segundo o grafiteiro, a exposição “Gejo o Bendito”, que traz para o MS, é a primeira individual fora do Estado paulista.
Para o projeto Território Ocupado, Gejo apresentará um painel de gravuras, lançado recentemente em São Paulo. “Gosto de brincar com os temas sociais, utilizo um humor sarcástico nos grafites. Abordo a religião e a política de forma satírica. Numa das telas há um São Francisco que cuida de animais ‘marginalizados’, e em outra, mostro uma rinha de galo, que ao invés de galos, utilizo animais completamente diferentes para brigar como um tatú contra uma cobra”, explica o artista.
David Nunes
David se destacou na oficina popular de pintura da UFMS (1995) como uma inovação do expressionismo-pop. Cores vivas, abstrações, figuras distorcidas, satíricas e caricatas do cotidiano são as maiores expressões do artista em suas telas, independente de estações.
Na série áfricapop, David mescla cores afro-brasileiras para reproduzir uma arte exótica, extravagante. Recentemente, na série intitulada “Mapas Oníricos”, mostra menos abstrações, porém, o uso das cores é intenso. Com ênfase no amarelo, o retrato de cidades vistas das nuvens, produz uma sensação de leveza flutuante.
Nesta exposição, intitulada ‘David Zen’, o artista faz uma retrospectiva de suas obras abstratas e figurativas. A novidade é a produção feita em graffiti. Trabalhos que retratam o Pantanal, flores e pássaros. “Meu trabalho utiliza cores vivas, que mostram a energia e a força dos traços, uma série contemporânea zen” argumenta.
Além da exposição, no dia 18 de junho, no Museu da Imagem e do Som (MIS), às 18h30, acontece o \"Encontro Marcado\", um bate-papo com os artistas que participam das exposições. A entrada é franca.
O Memorial da Cultura e da Cidadania e o MIS ficam na avenida Fernando Correa da Costa, 559. Mais informações no Núcleo de Artes Visuais da FCMS no telefone 3316-9170.
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