Um show com rock, reggae e muita música para dançar é o que promete o
cantor e compositor Geraldo Espíndola que representará a música do
Estado neste MS Canta Brasil. Segundo o músico, a levada mais
irreverente e dançante não foi criada exclusivamente para a abertura
do show de Nando Reis, embora considere-se fã incondicional do
compositor. "Tive a oportunidade de conhecê-lo no festival de inverno
do Bonito do ano passado, e sou fã do seu trabalho desde o tempo dos
titãs nos anos 80", elogia o autor de Vida Cigana, revelando que a
nova linguagem ganhou espaço durante as turnês do projeto "Intimidades
Acústicas e fotográficas do Pantanal à França e a Tunísia", realizadas
em 2006, 2007 e 2008. Intimidades Acústicas também é o titulo do seu
último CD.
"A linguagem ganhou corpo durante a turnê pela Tunísia, e agora, nos
ensaios, estamos experimentando novas versões e resgatando a raiz de
outras canções", antecipa Geraldo, reafirmando que o show de domingo,
com previsão de mais de uma hora de duração, incluirá até uma versão
em samba rock. "Som, realmente para fazer o publico dançar", garante.
Geraldo Espíndola, nascido em Campo Grande em 30 de novembro de 1952,
é considerado como um dos artistas mais importantes e criativos de
Mato Grosso do Sul. Dentre suas canções, "Vida Cigana", "É
necessário", "Fala bonito" - que também conta com uma versão rock -
"Cunhãtaí porã" e "Quyquyho", evidenciam a qualidade e criatividade do
artista. Suas composições já foram gravadas por cantores como Almir
Sater, Grupo Tarancón, Lecy Brandão, Raça Negra e O Bando do Velho
Jack.
A sua discografia tem inicio com o demo de quatro canções: "Tetê e o
Lirio Selvagem (Phillips, 1978)". Esta primeira iniciativa, na
composição de uma banda de rock, propõe, claramente, a junção do som
regional com a irreverência estética dos anos 70. O grupo acabou
marcando história no Mato Grosso do Sul por ser a primeira banda de
rock a lançar um disco por uma grande gravadora nacional. O disco
apresenta Alzira, Celito, Geraldo e Tetê Espíndola, e também explica a
raiz roqueira do compositor.
Em seguida, Geraldo participa dos discos: Prata da Casa (1982);
Pantanal - Alerta Brasil (Reserva Nacional, 1987); Geraldo Espíndola
(LuzAzul, 1990); Espíndola Canta (LuzAzul, 2003); 30 Anos Nesse Mato
(2004) e Intimidade Acústica (2005). Atualmente, acompanham o artista
os músicos Vilmar Ribas(baterista canhoto), Geraldo Damaceno
(guitarra), Heitor Correa (baixo) e como participação especial,
Geraldo Ribeiro (flauta).
Turnê – A convite da Organização não Governamental francesa Apreis,
Geraldo tem realizando desde 2005 apresentações na Europa e Oriente
Médio. Na França, em Paris, Geraldo destaca sua apresentação à atenta
e curiosa platéia composta por acadêmicos e professores da
universidade de Sorbonne. Durante o show – em Voz e Violão - o
compositor cantou e falou do Brasil, de Mato Grosso do Sul e de sua
paixão pela vida, o amor e o pantanal.
Dentre os sucessos apresentados, a música "A Fonte de Ilusão",
composição premiada regionalmente, onde o músico põe lado ao lado as
comemorações pagãs de São Nicolau (Santa Claus), tradicional no
hemisfério norte, e o universo do homem pantaneiro, impressionaram a
platéia. Vale lembrar que na primeira estrofe da canção, Geraldo
assegura que "Foi no céu do Pantanal que nasceu Papai Noel", e "suas
renas foram bois".
Já na Tunísia, onde retornou pela segunda vez em maio passado, o
cantor diz ter ficado supresso com a aceitação de seu trabalho. "As
rádios disputavam minhas entrevistas, e os shows foram lotados",
assegura. Geraldo não consegue explicar o sucesso no mundo árabe, mas
arrisca um palpite: 'Deve ser a descendência libanesa de meus avós',
brinca, revelando que em breve deverá desembarcar novamente na região.
"Devo voltar no ano que vem, quando é comemorado o ano do Islã na
França", comenta.
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